Aplicativos vão atender inicialmente seis tipos de ocorrências mais comuns solicitadas nas centrais dos Bombeiros e da Polícia Militar do estado de São Paulo e já estão disponíveis nas lojas das principais operadoras de celular do país
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (5) o início das operações de atendimento das centrais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do estado por meio de aplicativos.
Os aplicativos "Bombeiros Emergência" e "190 SP", da Polícia Militar, já estão funcionando em fase de testes para atendimento da população paulista nas principais ocorrências solicitadas pela central telefônica. A alternativa pode ser uma saída para síndicos, moradores e funcionários de condomínio registrarem ocorrências de forma rápida e prática.
Segundo o governo paulista, nos dois aplicativos será possível inicialmente tratar apenas sobre as seis ocorrências mais comuns solicitadas pela população por meio do telefone. Antes de começar a usar, os paulistas devem fazer um cadastro informando os dados pessoais e validar as informações fornecidas através de um token enviado por e-mail.
No caso do aplicativo "190 SP", da PM, as ocorrências mais iniciais que podem ser solicitadas são alarme disparado, aglomeração durante a pandemia da Covid-19, violência doméstica, perturbação do sossego, realização de bailes funks e pancadões, além de desinteligência (brigas) e caso de suspeitos.
“Para essas seis ocorrências, o cidadão que quer fazer uma denúncia não vai precisar mais ligar e ter uma interação por telefone com o centro de operações, a central 190, da Polícia Militar. Isso causa celeridade e conforto maior ao cidadão que vai acionar a polícia. As vezes ele não pode falar. Com o uso do aplicativo a denúncia fica mais eficiente e mais segura no acionamento da Polícia Militar”, afirmou o coronel Tardivo em coletivo de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
“Com o aplicativo eu posso fazer a comunicação à Polícia Militar sem ter que aguardar numa fila de atendimento, gerando celeridade também no atendimento. Em breve a gente deve liberar outras ocorrências e a possibilidade de envio de fotos, áudios e vídeos. Até o final desse mês [janeiro] deve estar liberado no aplicativo”, completou.
Bombeiros
No caso do aplicativo "Bombeiros Emergência", as principais ocorrências que podem ser solicitadas são as de parada cardiorrespiratória, vítima de acidente de transito, engasgamento, incêndio, afogamento e atropelamento.
O aplicativo tem georeferenciamento permitindo a localização do usuário por meio do GPS do celular.
“Isso facilita em diversas ocorrências, como atendimento em região de mata ou lugares onde não há endereço ou rua cadastradas. Em breve também a plataforma vai permitir o acionamento do bombeiros para todas as ocorrências”, disse o coronal Malheiros, do Corpo de Bombeiros.
Segundo o governo paulista, os dois aplicativos já estarão disponíveis nas lojas de aplicativo das principais operadoras de celular do país a partir desta quarta-feira (5).
Os usuários poderão baixar o aplicativo nas lojas virtuais do Play Store para celulares modelo Android e Apple Store da IOS.
App ’190 SP’
Segundo a Polícia Militar de São Paulo, o objetivo do aplicativo é desafogar a central de atendimento da corporação, que chega a receber 50 mil ligações por dia, e agilizar o registro da ocorrência. No início, o sistema vai atender apenas seis tipos de ocorrência.
“A ideia é ativar uma nova forma de acionar a polícia e, evidentemente, agilizar a comunicação e dar mais efetividade ao atendimento”, afirmou o coronel Francisco Alves Cangerana Neto, diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação da Polícia Militar.
O software custou cerca de R$ 200 mil e foi desenvolvido em parceria com a empresa de tecnologia Indra.
O uso da tecnologia vai facilitar o serviço do atendente do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), que é realizado por uma empresa terceirizada, o que pode gerar uma economia futura com a diminuição no volume de ligações. Antigamente, eram os próprios policiais militares quem faziam o atendimento do 190, mas, com o tempo, eles foram deslocados para outros serviços operacionais e para aumentar o efetivo de homens da corporação nas ruas.
“É uma nova forma de comunicar na qual o cidadão lança as informações da ocorrência de emergência e isso cai direto na tela do nosso despachador [que envia a viatura ao local da ocorrência]. Então, não necessita do atendente”, disse o coronel.
O app possibilita que a ocorrência apareça direto na tela do despachador, diminuindo o tempo de atendimento.
O aplicativo 190 já existe em outros estados, como Paraná e Espírito Santos, e em países do exterior.
Como funciona
Inicialmente, o aplicativo vai atender apenas cinco tipos de ocorrência:
Violência doméstica;
Perturbação do sossego (o que inclui os pancadões);
Disparo de alarmes;
Descumprimento das regras sanitárias da Covid-19 em estabelecimentos comerciais;
Aglomeração de pessoas durante a pandemia;
Brigas.
De acordo com o coronel Cangerana, a escolha das naturezas das ocorrências que podem ser acionadas pelo aplicativo foi baseada nas que recebem o maior volume de reclamações atualmente.
“Tem relação com o volume de ocorrência que a gente recebe e o tipo de ocorrência que facilita o lançamento de informações pelo próprio usuário”, disse.
A perturbação de barulho e os pancadões são os principais motivos de chamados para a PM durante os finais de semana. E a maior parte das ligações recebidas pelo Copom também ocorre aos sábados e domingos.
O aplicativo é flexível e o próprio operador pode inserir novas naturezas de ocorrência futuramente, em uma segunda etapa do projeto.
E o sistema de ocorrência tende a ser cada vez mais ser automatizado por aplicativo, inclusive com a possível inclusão de um botão de pânico.
“Não é o escopo deste momento do projeto, mas um botão de pânico é algo factível, já existe no aplicativo SOS Mulher, que é o socorro a uma mulher com medida protetiva.”
Cadastro
Para acionar a PM de São Paulo pelo app, o usuário vai precisar cadastrar dados pessoais como nome, CPF, endereço, telefone, e-mail, além de criar um login e uma senha.
Para realizar o cadastro, é preciso ter idade igual ou superior a18 anos. O objetivo é rastrear casos de falsa comunicação, os famosos “trotes”. Além disso, o cadastro é necessário para casos em que os policiais precisem entrar em contato para pegar mais detalhes sobre a ocorrência.
Apesar do cadastro inicial, as denúncias podem ser anônimas no momento do acionamento da ocorrência.
“A pessoa vai estar cadastrada para evitar que gere ocorrência falsa, mas ela pode entrar como anônima na hora de fazer a solicitação. Isso não impede o atendimento”, garantiu Cangerana.