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Temporada mais seca exige economia do consumo de água nos condomínios

Nos condomínios, a conta de água costuma representar entre 15% e 20% das despesas totais, segundo o gerente condominial Tarcísio Mota, da administradora Graiche

 A temporada de secas já começou na cidade de São Paulo. Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o mês de abril terminou com apenas 10,8% do volume de chuvas esperado para o mês, e a tendência para os próximos meses é que chova ainda menos. Por isso, especialistas recomendam iniciar desde já a economizar água –evitando um possível desabastecimento, e reduzindo o valor das contas.

Nos condomínios, a conta de água costuma representar entre 15% e 20% das despesas totais, segundo o gerente condominial Tarcísio Mota, da administradora Graiche. O valor cresce com a disponibilidade de áreas comuns, como piscinas, saunas e academias, que costumam bombar no período de férias.

“Em junho, o consumo começa a aumentar. Mas a pandemia aumentou a demanda durante todo o ano”, explica. “É preciso então analisar onde o gasto é maior: nas áreas comuns, ou nos apartamentos”.

Mota recomenda que a administração que queira incentivar a economia de água aposte menos em assembleias, que podem ter pouca presença, e foque no atendimento individual aos moradores. Uma vistoria técnica, para identificar vazamentos e outros problemas, é um bom começo.

A iniciativa também pode partir dos moradores. Além de extinguir o “pinga-pinga”, fechar as torneiras sempre que possível e adotar banhos mais curtos, o gerente aconselha prestar atenção nos vasos sanitários com caixa acoplada: “Há chance de vazamentos quase imperceptíveis quando não há manutenção”.

Outra dica é diminuir a vazão de torneiras e do próprio vaso sanitário. Mota recomenda instalar redutores nas torneiras e colocar uma garrafa pet dentro da caixa acoplada, restringindo o espaço ocupado pela água e reduzindo o consumo.

O síndico profissional Eric Abuleiz conta que, em casos onde atuou, a individualização das contas ajudou muito na economia. Quando o morador paga apenas pela água que gasta em sua casa, e não pelo coletivo, há mais atenção para os próprios hábitos de consumo -o que incentiva a economia.

A individualização também pode ajudar nas contas do próprio condomínio: com moradores mais atentos ao consumo e com maior controle do valor pago, a inadimplência pode cair. Mas é necessário prestar atenção também em como os funcionários usam a água para o serviço (principalmente na jardinagem e limpeza), e incentivar moradores a consumirem menos nas áreas comuns.

Abuleiz recomenda investir ainda num sistema de aproveitamento da água da chuva. “Captamos de poços que ficam no subsolo e jogamos em um reservatório, que tem um sistema simples de tratamento de água”, conta, “e usamos para regar o jardim e lavar o pátio”.