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Números da Polícia Civil mostram que há quatro boletins de ocorrência contra a administradora; um inquérito já foi instaurado

Moradores de pelo menos cinco condomínios de Curitiba já fizeram boletins de ocorrência contra uma administradora de condomínios da cidade, que é suspeita de desviar dinheiro das contas e fundo de reserva dos residenciais.

O número da Polícia Civil mostra que esses condomínios são os que já fizeram boletins de ocorrência contra a Opcional Administradora por estelionato ou apropriação indébita em pelo menos três distritos policiais distintos. Em um dos casos, já há inquérito policial instaurado contra a administradora.

De acordo com a estimativa dos advogados que atuam no caso, 20 condomínios devem ter sido afetados pela Opcional e o rombo deixado deve ser de aproximadamente R$ 2 milhões. O advogado Edigardo Maranhão representa hoje três desses condomínios e explica que o modo de operação da administradora era parecido em todos os casos - deixava-se de pagar contas menores, como a de água, elevadores e até encargos sociais dos funcionários. De acordo com o defensor, um só condomínio teria perdido R$ 120 mil. Só em dívidas com a Sanepar, o residencial deve mais de R$ 9 mil de acordo com o advogado.

“As contas ficaram zeradas. São, em um só condomínio, 72 famílias que vão ter que arcar com todo esse prejuízo”, afirmou Maranhão.

Além de não pagar as contas, de acordo com o Maranhão, a administradora ainda forjava relatórios para demonstrar que as contas do condomínio estavam em dia. Os boletos da taxa de condomínio também eram depositados em outra conta que não a do condomínio. Um dos moradores percebeu a irregularidade, contatou outros moradores e assim perceberam que teriam sido enganados.

 

O advogado Romulo Quenehen representa um dos residenciais que fez o boletim de ocorrência e afirmou que a proprietária da empresa tinha um relacionamento próximo com os condôminos e que apresentava extratos bancários falsos para demonstrar que o dinheiro, que já não existia, estava na conta.

“A proprietária fazia transferências entre as contas bancárias de todos os condomínios que administrava, para que, se algum pagamento precisasse ser feito urgentemente, o dinheiro estivesse na conta” comentou o defensor. O residencial que o advogado representa teve um rombo de R$ 47 mil nas contas. “Hoje estamos questionando se alguém do banco também estava envolvido no esquema”, afirmou Quenehen, já que as contas foram bloqueadas pelo banco depois do suposto golpe ter sido descoberto pelos moradores.

Ainda de acordo com os defensores dos residenciais, os condôminos tentaram entrar em contato com a empresa, que se negou a receber os moradores lesados. Segundo os dois advogados, uma das proprietárias chegou a apresentar um Boletim de Ocorrência contra a sua companheira afirmando que ela teria sido vítima de um golpe. A proprietária, porém, decidiu não entrar com uma representação contra a companheira.

Outro lado

A reportagem tentou contato com a Opcional Administradora, mas não obteve resposta. Além da empresa, a reportagem também tentou contato com Júlio César Farias Poli, advogado que representa a Opcional, que não atendeu às ligações e ainda não retornou as mensagens deixadas. À Tribuna do Paraná, Farias Poli informou que não iria se manifestar . Ele disse apenas que as atividades da empresa foram suspensas e que uma auditoria interna foi instaurad