Para evitar conflitos, siga algumas regras
Para donos, cães, gatos e outros animais são muito mais do que simples bichos de estimação. Eles são, em muitos casos, um membro da família. Porém, ter um mascote em um apartamento nem sempre agrada aos vizinhos. Essa relação piora quando um regulamento interno proíbe a entrada de animais dentro do prédio ou do condomínio. Para uma melhor relação entre bichos, donos e vizinhos, é importante cumprir algumas regras de boa convivência.
Quem vem passando por um verdadeiro “pé de guerra” no seu condomínio, justamente por causa dos bichos de estimação, é a diretora de arte Fabiolla Santos, que tem três gatos: Frida, Meia Noite e Snoke. O problema é que alguns vizinhos dela estão incomodados e a síndica do prédio também não está satisfeita com a presença dos felinos nas áreas comuns do edifício. “Quando me mudei, só tinha um gato, contudo, adotei mais dois. E, na convenção do condomínio, não tinha nenhuma proibição à presença de animais”, disse Fabiolla, que já está pensando em buscar outro lugar para morar.
A lei brasileira não proíbe as pessoas que moram em condomínios de criarem animais domésticos. Contudo, é importante respeitar os limites dos condôminos adotando algumas atitudes que podem apaziguar as relações, como usar coleiras durante os passeios, evitar que os animais criculem nas áreas comuns e, principalmente, que sujem essas áreas. “O atual código civil não trata da exclusividade de animais em residenciais e apartamentos. Porém, quando tratamos de viver em coletividade, que é o caso de um edifício, é sempre bom o uso do bom senso”, afirmou o advogado civil Thiago Praun.
Já para a comerciante Priscilla Bonifácio quem tem um cachorro poodle, chamado de Juninho, a convivência é mais amigável. “Eu tenho sorte porque no meu residencial existem outros cães, facilitando o meu convívio com meus vizinhos”, comentou, lembrando que nunca sai de casa sem coleira ou sem o saquinho para recolher os dejetos deixados pelo animal. “Tenho a consciência que outras pessoas também compartilham daquele mesmo espaço, não posso deixar sujeira para outras pessoas limparem”, completou a comerciante.
Quem também não tem do que reclamar dos vizinhos é a estudante Laura Zillmann. A cadela Arabela e gata lana já incomodaram alguns vizinhos em situações pontuais, mas nada que não fosse resolvido com uma boa conversa. “Como passo o dia inteiro na universidade e não fico muito em casa, à noite, quando chego, Arabela fica muito agitada, latindo muito. Isso incomoda, às vezes”, afirmou, consciente.
Além do barulho, a sujeira também tem que ser observada. “Qualquer sujeira deixada pelo animal deve ser limpa pelo morador e é de sua total responsabilidade. Funcionários dos condomínios não são responsáveis pela limpeza. E, em alguns casos, multas poderão ser aplicadas”, esclareceu o advogado Felipe Asfora. Embora não haja proibição legal para a criação de animais domésticos em condomínios, o especialista ressalta que os moradores devem respeitar as regras estabelecidas no regimento seu prédio. Inclusive no caso das áreas comuns, como piscinas, parques e quadras, onde é muito comum proibir a presença dos mascotes. “É uma forma de evitar a proliferação de doenças, principalmente entre as crianças, que costumam utilizar esses espaços”, completou Asfora.
Espaço
O veterinário Caio Neves, da clínica Petsaúde, alertou que muita gente compra ou até mesmo adota animais e não cuida da forma correta. “Como eles têm muita energia, mesmo que a pessoa more em um apartamente, o animal precisa de espaços para correr e brincar”, aconselhou. O veterinário também afirmou que algumas raças são mais propicias para apartamentos do que outras. “Quem pretende ter um bicho de estimação precisa se informar.”
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