As vítimas prestaram Boletim de Ocorrência no 15º Distrito Policial. O caso é investigado pela Polícia Civil
Uma discussão em um condomínio residencial no Bairro Papicu, em Fortaleza, virou caso de polícia. Na madrugada de 27 de junho, o advogado Bruno Vidal teria ameaçado um grupo que se reunia no local. Imagens das câmeras de segurança do prédio registraram as ameaças feitas pelo suspeito, que aparece portando, pelo menos, duas armas, que ele afirma serem de brinquedo.
O fato teve início minutos antes de 1h. As imagens mostram um grupo conversando no deck do condomínio, quando uma bomba explode próximo a eles. Instantes depois um homem, apontado pelas vítimas como sendo o advogado Bruno, aparece no local portando uma arma de cano longo. Ele ameaça o grupo com a arma e chega a desferir golpes contra uma das vítimas.
Uma mulher que estava no local e diz ter sido vítima do suspeito afirmou à reportagem desconhecer o que motivou o ataque. "Nós estávamos reunidos lá. Ele, primeiro, conversou normalmente. Bebeu um pouco. Depois se despediu de todos e saiu normalmente. Depois desceu. Vimos a fumaça, escutamos barulho de bomba e corremos. Não entendemos o que foi aquilo. Depois de mais alguns minutos ele voltou com uma arma longa e colocando nas nossas cabeças. Ele mostrou três armas. Teve ameaças. Todos nós estamos muito abalados psicologicamente. Foi do nada. Pedimos Justiça", disse a mulher, sob a condição de não ter sua identidade divulgada.
Versões
No boletim de ocorrência consta que Bruno teria arremessado uma bomba de gás lacrimogênio no entorno de onde as vítimas conversavam. Um homem afirmou à polícia ter sido agredido com socos e chutes.
Bruno Vidal não quis gravar entrevista, mas disse que estava brincando com o grupo momentos antes, foi ao seu apartamento e se incomodou ao sentir cheiro de maconha e ouvir barulhos. Segundo ele, a fumaça que aparece no vídeo, é de uma bomba ‘rasga-lata’, que ele iria utilizar para dispersar as pessoas, mas não funcionou. O suspeito afirma que quando a aglomeração permaneceu ele decidiu pegar uma arma de brinquedo para pedir que as pessoas saíssem do deck.
Caio Benevides, advogado representante de parte das vítimas, afirma que seus clientes ficaram assustados com toda a situação e que ainda houve homofobia por parte do suspeito: "Ele ainda pode ter cometido outros crimes, dependendo da origem destas armas. Vamos tomar todas as medidas cabíveis e legais para que ele seja condenado", disse.
Investigação
Conforme a Polícia Civil do Ceará, o 15º Distrito Policial investiga o caso de lesão corporal registrado por meio de um Boletim de Ocorrência, tendo como vítimas moradores e visitantes do prédio. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse que um inquérito policial foi instaurado para apurar o fato, que segue em investigação.
A Pasta acrescentou por nota que as vítimas foram submetidas a exames de corpo de delito e o homem apontado como autor das agressões também já foi ouvido pelas autoridades.