Documento elaborado por perito do Ibape SC será entregue na noite desta segunda-feira à Defesa Civil Municipal

 

Após levantamento de uma série de problemas estruturais no prédio com risco de colapso, localizado em Palhoça, o arquiteto responsável pela perícia não tem boas notícias. A análise detalhada feita no local revelou que há “várias patologias que confirmam o colapso da estrutura, o que obriga a manter a interdição”, diz Toni Bolzan, arquiteto do Ibape SC (Instituto Brasileiro de Perícias de Santa Catarina).

Embora esteja finalizando o documento, o arquiteto garantiu que o laudo será entregue à Defesa Civil municipal de Palhoça ainda na noite desta segunda-feira (2). De acordo com Bolzan, a ruptura da coluna e do recalque é uma questão crítica que põe em risco a permanência dos moradores e comerciantes.

“Verificamos que há bastante sobrecarga, porque houve muitas alterações no prédio. Originalmente, era um edifício comercial que foi transformado em residencial do segundo andar para cima. Além disso, reformas feitas tanto nos apartamentos quanto nas áreas comerciais acabaram aumentando a carga sobre a estrutura”, explica.

De acordo com o arquiteto, um dos apartamentos apresenta rachaduras que vão de 1,5 a 5 milímetros. “Todos os corredores estão inclinados em mais de cinco centímetros para a direita, onde houve o rompimento da coluna”, revela. “Não é uma notícia boa, mas o objetivo é evitar riscos, enquanto todo o processo de escoramento e reforço for sendo executado”.

Alívio da carga
Para atenuar o problema, a primeira providência será retirar o excesso de carga estrutural. Por isso, o perito já pediu ao síndico que esvazie as caixas d’água.

Após a entrega do laudo, uma segunda ação para aliviar a tensão sobre o prédio deverá ser o escoramento. Com isso, será possível liberar a entrada dos moradores para retirada de utensílios e móveis.

Entretanto, eles ainda não poderiam voltar para casa. “Com o laudo, deverá ser contratada uma empresa para fazer o orçamento do projeto e da execução de reforço estrutural, o que demanda uma perícia mais detalhada. Caso os proprietários concordem em arcar com esse custo e for executado esse reforço, aí deve ser liberada a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) dando habitabilidade ao edifício”, diz Bolzan.

Se o orçamento for considerado alto demais, outra opção pode ser a demolição total ou parcial do prédio, na parte mais afetada pela sobrecarga.

Por fim, o arquiteto explica que a retirada de um muro nas adjacências do edifício não causou o abalo na estrutura. “Pode ter sido o estopim, mas já havia inúmeros problemas estruturais na construção”, avalia.

Abrigo municipal

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Palhoça, Júlio Marcelino, será realizada uma reunião entre moradores, síndico e assistência social da prefeitura, nesta terça (3), às 10 h, em frente ao ginásio Caranguejão.

Nesse local, deverá ser montado o novo abrigo da prefeitura. “Dependíamos do laudo para decretar situação de emergência, o que permitirá ao município adquirir mantimentos e utensílios para o abrigo sem licitação”, afirma Marcelino.

Dos 30 moradores, 19 foram levados para abrigos na Ponte do Imaruim, no sábado (29). O restante foi para a casa de parentes ou amigos. Entretanto, agora quem precisar de moradia deverá ir para o abrigo no Caranguejão.

Marcelino explica que não há prazo para funcionamento do abrigo, mas em geral, eles são oferecidos por 30 dias. “Até lá, as pessoas devem se organizar e se certificar se a seguradora poderá arcar com algum outro tipo de hospedagem. Quem morava de aluguel, também já está buscando outras opções”.