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Caso acontece em condomínio na cidade de Ilhéus, no sul do estado

Moradores de um prédio em um condomínio residencial de Ilhéus, na região sul da Bahia, que está tomado por rachaduras, estão com medo da estrutura desabar e, por conta disso, dizem dormir com as portas de casa entreabertas, para facilitar a fuga em caso de qualquer intercorrência.

Os moradores ainda utilizam esparadrapo para medir o avanço das fendas nas paredes, como forma de acompanhar a evolução do problema, e acionaram a Justiça, há três anos, por conta da situação, mas nada ainda foi resolvido.

O prédio fica bloco 1 no condomínio São Jorge, localizado na zona sul da cidade. Os moradores dizem que a preocupação aumentou ainda mais depois que ficaram sabendo da tragédia ocorrida em Fortaleza, onde um prédio residencial de sete andares desabou — até a tarde desta quinta, cinco mortes tinham sido confirmadas.

O condomínio de Ilhéus tem 13 blocos e foi erguido há cerca de 10 anos, como parte de um programa de arrendamento residencial financiado pela Caixa Econômica Federal.

Os moradores do prédio com rachaduras, que tem 16 apartamentos, dizem que os problemas começaram a aparecer há cinco anos. As rachaduras podem ser vistas já do lado de fora do prédio. Dentro de muitos apartamentos, algumas rachaduras tomam toda a parede, do chão até o teto.

Há três meses, os moradores colocaram um esparadrapo em uma das rachaduras para medir se a fenda iria avançar. Perceberam que o problema só aumenta, já que o esparadrapo hoje está quase rompendo, já que a distância entre uma extremidade e outra da parede aumentou. Em outra rachadura, é possível até ver o feixe de luz no outro lado da parede.

Proprietário de um dos apartamentos, o administrador Emerson Araújo diz que está pensando em se mudar e viver de aluguel por causa do medo.

"Quando começa a chover eu já levanto assustado, pensando que é alguma coisa. Deixo a porta só no trinco, porque, se for o caso de a gente sair de uma forma rápida, eu já estou com a porta semiaberta para poder sair o mais rápido possível. Estou pensando em me mudar porque não aguento mais viver com medo", destaca.

Outra moradora do prédio, a professora Margareth Souza diz que até no chão do apartamento tem rachadura. Ela conta que está com medo de acontecer o mesmo que houve no Ceará.

"Minha mãe me ligou e pediu para eu ver a reportagem, que dizia que quando aparecesse rachaduras assim que o certo seria que os moradores saíssem. Eu disse a ela que é preciso ter calma e estou esperando a situação ser resolvida. Mas dá medo porque quando a gente vai pro lado de fora, a gente vê que a rachadura está bem maior e tem aumentado. A gente já acionou a Justiça, a gente paga o condomínio, paga a Caixa. Então, precisamos de uma reposta mais rápido", destaca.

Quando a administração do condomínio levou o caso à Justiça, teve ganho de causa e foi determinado que a Caixa e a construtora Módulo tomassem providências, mas os moradores dizem que ainda aguardam solução.

A construtora Módulo disse que, assim como a Caixa, já apresentou defesa sobre o processo do condomínio e que aguardam decisão da Justiça. Disse ainda que um perito da Caixa esteve no local e, no laudo, consta que a responsabilidade pelas rachaduras é dos moradores, porque eles teriam quebrado uma parede que não poderia ser quebrada para a instalação de um ar-condicionado.

A construtora ainda afirmou que um perito da Justiça foi nomeado para realizar uma nova perícia no local, mas ainda não há data marcada para isso.

A reportagem da TV Santa Cruz também procurou a Caixa para se posicionar sobre o caso e aguarda posicionamento.