Fato aconteceu no parquinho do condomínio

O que começou como uma brincadeira entre duas crianças, de 10 e 11 anos, acabou em briga e virou caso de polícia, no condomínio H12, em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha. Isso porque o pai de um deles teria batido no rosto da outra criança, na intenção de “defender” o filho, o que levou os envolvidos a delegacia de Jaburuna.
 
Segundo a cabeleireira Roberta Santucci, de 46 anos, mãe da criança agredida, o fato aconteceu por volta de 20h da última segunda-feira (14).
 
O filho dela, que tem 11 anos, brincava com o outro menino, de 10, no parquinho do condomínio, quando teria ficado nervoso após o garoto ter xingado com palavrões às mães das outras crianças que estavam no local.
 
De acordo com Roberta, os dois teriam se empurrado e uma briga começou. Os vizinhos, que viram a situação, separaram as crianças.  Após isso, o menino de 10 anos teria subido pra casa e voltado poucos minutos depois com o pai, que neste momento, deu dois tapas no rosto da outra criança. O fato tem testemunhas e foi filmado pelas câmeras do condomínio.
 
“Foi uma brincadeira de dois meninos que foi confundida com uma briga entre crianças e um dos pais se envolveu e agrediu meu filho. Eu não estava no local quando aconteceu, não estava em casa, tinha ido caminhar com meu esposo.
Depois que eu cheguei, minha filha estava me ligando, mas, não atendo o celular no meio da rua. Quando eu pude atender, minha filha falou: ‘mãe, você está aonde?’, aí eu perguntei: ‘o que aconteceu?’ Aí, ela falou: ‘meu irmão foi agredido’. Quando cheguei ao local, os vizinhos já tinham chamado a polícia e já estava todo mundo lá embaixo com meu filho, porque todos que estavam lá viram que ele bateu na cara do meu filho”, relata Roberta.
 
A cabelereira foi orientada a realizar um exame de corpo de delito no filho, no Instituto Médico Legal (IML), em Vitória. Na tarde desta terça-feira (15), ela também registrou ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
 
Ordem judicial
 
Agora, Roberta busca ter acesso às câmeras do condomínio. Isso porque o síndico disse que só libera as imagens com uma ordem judicial. De acordo com a cabeleireira, o trâmite legal já está feito para que ela tome as medidas cabíveis contra o agressor.
 
“Eu pedi as imagens ao síndico, porque, em cima da área do parquinho, justamente no local em que meu filho foi agredido, tem uma câmera. Ele já salvou as imagens, para não dizer que perdeu depois, mas ele só vai liberar após ordem judicial. Agora, é com os responsáveis”.
 
Caso semelhante em Brasília
 
Não é fato isolado que os pais interferem na briga dos filhos. Em Brasília, no dia 9 de dezembro de 2018, o casal Alexandre Campos de Jesus e Danielle Cavalcanti dos Santos foi flagrado agredindo uma criança, de 6 anos, em um condomínio.
 
As imagens, também gravadas, mostram que o pai segurou a outra criança para que o filho o agredisse. Por decisão tomada em assembleia pelos moradores do complexo de prédios, ele e a esposa não podem usar as áreas de lazer do ambiente.
 
No entanto, o casal não está proibido de frequentar a casa dos pais de Danielle, que residem no local. “A entrada deles só poderá ser impedida por meio de decisão judicial”, disse o síndico do condomínio, Mauro Camargo.
 
Por Heberton Silva