Operação combate grupo que usava condomínio para tráfico de drogas em Porto Alegre

Estão sendo cumpridas 44 ordens judiciais. Investigações apontam que o condomínio é controlado por uma facção que tem realizado investidas em outras comunidades

A Polícia Civil realiza na manhã desta segunda-feira (10) uma operação contra uma organização criminosa responsável por diversos homicídios motivados pela disputa de pontos de tráfico e domínio de outras comunidades em Porto Alegre.

Estão sendo cumpridas 44 ordens judiciais, sendo 25 mandados de busca e apreensão e 19 mandados de prisão temporária. Até as 10h da manhã, sete pessoas tinham sido presas e um adolescente apreendido.

O foco da operação é a região do Condomínio Fernando Ferrari e a Vila Chimarrão, no bairro Rubem Berta, na Zona Norte da capital gaúcha. Conforme a polícia, recentemente a vila foi invadida pelo grupo criminoso atuante no condomínio.

Foram aproximadamente 10 meses de investigações. Elas apontaram que o condomínio é controlado por uma facção que tem realizado investidas em outras comunidades, tomando os pontos de tráfico de drogas do grupo rival e ocasionando diversos homicídios dolosos. Essas investidas são chamadas de "bondes", segundo a polícia.

De acordo com as autoridades, o Condomínio Fernando Ferrari virou uma espécie de fortaleza do tráfico, onde criminosos ocultam drogas e armas nos apartamentos e mantém o controle das guaritas de entrada com olheiros, monitorando assim as atividades dos policiais.

O grupo realizava também eventos de bailes funks aos fins de semana para atrair consumidores de drogas. Segundo as autoridades, era comum ocorrer tiroteios e moradores reclamavam que ficavam reféns do tráfico.

"Os moradores estavam aterrorizados. Pelas cobranças, pelos pedágios, pela questão dos olheiros, pelo baile funk e também pelos bondes. Bonde era o nome dado aos criminosos que organizavam um grupo de quatro, cinco veículos, e saíam em direção a outras facções rivais para efetuar homicídios. Por outro lado, isso tinha uma volta. E nessa volta, quando outras facções iam para o Condomínio Fernando Ferrari e para a região, as pessoas ficavam aterrorizadas. Então, era um sistema muito difícil, de muita ameaça aos moradores, e que hoje conseguimos desarticular parte desse problema", explica o diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Mario Souza.

A Operação recebeu o nome de Scuderia em referência ao nome Ferrari do condomínio.