Delivery em condomínios

Para reforçar a segurança, regimento interno pode proibir a circulação de entregadores no interior dos edifícios

Pizzas, lanches, almoços. É cada vez maior o número de pessoas que busca alimentos prontos. Por conta disso, em alguns condomínios é possível ver um entra e sai de entregadores, com trânsito livre dentro dos prédios. Já em outros, a entrada até os apartamentos é proibida e o morador tem que se dirigir à portaria para receber a encomenda. Mas qual a melhor forma de conduzir os serviços de delivery com segurança?

Para o especialista na área, engenheiro André de Pauli, é a que traga qualidade de vida de maneira segura. “Há condomínios com as mais diversas características arquitetônicas, dimensões, complexos de vários edifícios e diferentes composições econômicas e financeiras de seus moradores. Alguns com um número grande de idosos, outros de casais ou estudantes. Portanto, é fundamental que seja definida uma política de segurança afinada com tais conceitos e que sejam estabelecidos procedimentos que os atendam”, diz o especialista.

Administradora do Residencial Parque dos Príncipes, em Campinas, São José, Néia Lehmkuhl afirma que desde o início da ocupação do prédio – há 17 anos – o cuidado com a segurança foi prioridade. Tanto é que está estabelecida no regimento interno a proibição da entrada de entregadores no condomínio.

“A regra é essa e sempre funcionou. Quando chega um morador novo, ele deve entrar no ritmo”, diz Néia, complementando que a única exceção é quando um morador está com problemas de saúde e impossibilitado de sair do apartamento para receber qualquer tipo de encomenda.

Com 57 apartamentos e 15 andares, o residencial dispõe de vários dispositivos de segurança: portaria 24 horas, vigilantes e monitoramento de câmeras de alta qualidade em nove portões de acesso, sendo sete de entrada de veículos e dois para entrada de pedestre. Tem ainda sistema tag individualizado, e trabalho de orientação e conscientização com os moradores. “É um trabalho constante, mas se trata de um mal necessário. Temos que ter o sentimento que dentro do prédio estamos seguros”, aponta o síndico do edifício, Andres Martinez.

A exemplo do Residencial Parque dos Príncipes, o Condomínio Residencial Maryah, de Campinas, também usa como medida de segurança a proibição de entregadores na parte interna do prédio. A norma, que consta no regimento interno, esclarece que o entregador deve se identificar com o proprietário, através do porteiro eletrônico, e só depois pode aguardar o morador no hall de entrada, mas não pode subir e nem usar o elevador para fazer a entrega da encomenda.

Segundo o síndico Jorge Luiz Ricci, o assunto causou polêmica desde a primeira assembleia, há sete anos, porque muitos moradores achavam que os entregadores deveriam subir e outros não concordavam. “Então, explicamos o problema e todos aceitaram a regra. Afinal, é uma forma de se proteger”, atesta.

Com 99 apartamentos, o condomínio dispõe de vigilância 24 horas, 40 câmeras de segurança e portões de garagem com sistema de acesso mais rápido. “É claro que todo este aparato não vai impedir o crime, mas o risco é bem menor. É uma segurança tanto para os condôminos como para o patrimônio do condomínio”, avalia o síndico.

RECOMENDAÇÕES

  •  Uma boa forma de controle aos condomínios que optarem em permitir o acesso de entregadores ao prédio é fazer um cadastro do profissional com nome e número do RG. Se necessário, para investigar e buscar referências
  • Pode ser feita uma foto da pessoa, caso o condomínio tenha equipamento adequado, pois é proibido por lei reter o RG o qualquer outro documento do visitante
  • É indicado ao condomínio elaborar um Código de Convivência Segura e nele relacionar regras estabelecidas pelos condôminos
  • As empresas que fornecem os serviços, com pessoal próprio ou terceirizado por motoboys freelancers, são responsáveis por seus processos, desde a produção até o fechamento da entrega. Há muitas pizzarias e farmácias que se recusam a entregar na porta do morador. Ele tem que ir até a portaria para receber e pagar. É uma forma de se protegerem.

Fonte: Engenheiro André de Pauli