Jefferson Quintanilha, de 23 anos, está internado há dois meses em um hospital na Baixada Fluminense. Ele teve 60% do corpo queimados. Agressor do crime cometido em Teresópolis está preso

 

O porteiro Jefferson Quintanilha, de 23 anos, que sobreviveu após ter sido incendiado por ciúme em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, contou à família que está grato pela vida.

Kamilla Quintanilha conversou com o G1 sobre a recuperação do irmão. Na segunda-feira (20), ela publicou um vídeo na rede social com a mensagem: "Deus é bom o tempo todo", agradecendo a todos que fizeram orações pela recuperação de Jefferson.

"Queria compartilhar que tô muito feliz, muito contente, ele tá melhor a cada dia, a gente tem certeza que as orações fizeram toda a diferença. Foi Deus o tempo todo. E tô aqui pra contar pra todo mundo que em breve ele estará aqui com a gente, tá? Graças a Deus essa tempestade tá passando, tá chegando ao final", diz Kamilla.

Jefferson teve cerca de 60% do corpo queimados e está internado há dois meses no Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia Vereador Melchiades Calazans, que fica na Baixada Fluminense. Segundo a unidade, o estado de saúde dele é estável.

De acordo com Kamilla, ainda não há previsão de alta para o irmão, mas ela acredita que daqui a um mês, ele já deve voltar para casa.

"Ele já acabou o processo de enxerto, está conversando, já se alimenta sozinho, mas ainda não anda", contou ao G1, acrescentando que os enxertos foram feitos no pescoço, na nuca, braço e tórax.

Além disso, Kamilla disse que Jefferson vai precisar de uma prótese na orelha, porque perdeu totalmente a direita e a esquerda, parcialmente. Ela contou que ele está ouvindo normalmente, porque a parte interna não foi afetada.

"Quanto à prótese, tudo é muito prematuro. Não sabemos se será feita pelo SUS ou se teremos que pedir ajuda para custear. Mas, não poderá ser feita de imediato porque é necessário uma cicatrização", disse.

Apesar disso, ela afirma que o irmão está otimista e que diz estar sentindo saudade da família e dos amigos.

"Nós estamos muito felizes e ansiosos pelo retorno dele. Sabemos que teremos um longo caminho, mas vamos vencer todas as batalhas junto ao Jefferson porque ele é um guerreiro muito amado pela família", destaca.

O agressor, Marcelo Cavalcanti Gomes, disse à polícia, que ateou fogo no porteiro por ciúme da companheira. Ele está preso desde o dia 22 de junho, quando se entregou na 110ª Delegacia de Polícia, em Teresópolis.

A família de Jefferson preferiu não comentar sobre a agressão.

O crime
O crime aconteceu no condomínio Fazenda Ermitage no dia 19 de junho. As imagens das câmeras de segurança mostraram o momento em que o agressor chegou na cabine onde Jefferson estava trabalhando, jogou gasolina e colocou fogo na vítima.

O vídeo mostra ainda o jovem em chamas saindo correndo da cabine, enquanto o agressor saía tranquilamente.

O zelador, João Batista Valério, que viu o porteiro em chamas relatou a frieza do agressor. "Ele veio por trás sem falar nada, jogou gasolina e colocou fogo no cara vivo. Foi uma traição, uma maldade muito grande. Ele foi frio", disse".

A mãe de Jefferson foi quem apagou as chamas do corpo do filho, que correu 300 metros até chegar em casa. Ela chegou a abraçar o filho na tentativa de conter o fogo.

Jefferson foi socorrido pelos bombeiros e levado para o Hospital das Clínicas de Teresópolis. No dia seguinte, foi transferido de helicóptero, em estado grave, para o Hospital da Baixada.