Condomínios podem trazer inúmeros riscos para as crianças, mas é possível diminuir os acidentes
De acordo com dados da ONG Criança Segura, os acidentes são a principal causa de morte de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Brasil. Em 2014, foram 4.319 mortes por motivos acidentais de crianças dessa faixa etária no país e, em 2015, foram 117.680 internações devido a acidentes.
Entre as principais causas de morte estão acidentes de trânsito, afogamentos, sufocação, queimaduras e quedas. Entre os motivos de internação destacam-se as quedas e queimaduras. Dentro dos condomínios muitos locais podem trazer riscos para as crianças, seja em piscinas, elevadores, playgrounds, brinquedotecas, escadas, garagens, ou outros espaços, porém é possível, com pequenos cuidados, diminuir a possibilidade de acidentes.
Coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Gabriela Guida de Freitas explica que um condomínio seguro para crianças é um local que foi projetado para dar segurança e que segue algumas regras para evitar acidentes.
“A segurança dependerá muito da estrutura do condomínio, mas podemos eleger piscina e playground como locais que precisam de bastante atenção, pois os afogamentos são a segunda maior causa de morte de crianças por motivos acidentais e quedas são a primeira causa de internações por acidentes”, destaca.
Piscinas
Recentemente uma menina de sete anos morreu afogada na piscina de um hotel em Balneário Camboriú, colocando todos em alerta para os riscos desses locais. Segundo informações da Polícia Militar, a criança teve o cabelo preso no ralo da piscina enquanto brincava e o local não possuía sistema de segurança para desativar a sucção. Além de chocar, o acidente também serviu de alerta para responsáveis por outros locais com piscina, incluindo condomínios.
Após o fato, o síndico do Edifício Las Vegas, em Balneário Camboriu, Rafael Weiss, solicitou uma avaliação à empresa que presta serviços de manutenção da piscina do condomínio para verificar as condições de segurança e para instalar qualquer equipamento que afaste definitivamente riscos aos banhistas, principalmente crianças. “Sou síndico há quatro anos e acreditava que nesse sentido estaria tudo correto, mas após o acidente no hotel decidi buscar uma avaliação profissional para prevenir e, se necessário, investir em equipamentos que barrem a sucção caso o ralo seja obstruído”, declarou o síndico.
Condominio Seguro
A representante da ONG argumenta que os acidentes acontecem, mas também podem ser evitados em 90% dos casos e geralmente a partir de medidas simples de prevenção. “Os responsáveis devem estar sempre atentos às crianças e averiguando os possíveis riscos”, salienta.
Segundo Gabriela, para cada faixa etária e tipo de ambiente há uma série de dicas que podem ajudar a garantir a segurança das crianças, como por exemplo, evitar os pisos escorregadios, instalar cercas e portões com cadeados bloqueando a entrada em piscinas, e supervisão sempre.
“A presença constante e ativa de um adulto é uma medida sempre necessária, pois as crianças, até certa idade, não têm a capacidade de reconhecer perigos, por isso é muito importante que os adultos observem os ambientes onde as crianças se encontram para averiguar os possíveis riscos de acidentes. Dessa forma, os responsáveis podem ficar tranquilos para deixar a criança livre para brincar e explorar”, esclarece.
Dicas de proteção