Condomínios voltados para segurança dos idosos

O envelhecimento é um processo natural em que com o passar dos anos o corpo se torna mais frágil e requer mais cuidado.

É importante lembrar que nossos velhinhos precisam de uma atenção especial, tanto nas estruturas físicas onde vivem como em atitudes dos que o rodeiam. O tempo de vida que lhes trouxe experiência já não lhes permite tanta agilidade nos movimentos. Condomínios devem estar preparados para estes moradores. Corrimões nas escadas e faixas antiderrapantes nos degraus são alguns dos cuidados essenciais para a segurança dos idosos.

O melhor amigo do idoso é o porteiro do seu prédio, e o pior inimigo é o motorista de ônibus. As conclusões são de uma pesquisa coordenada pelo professor Alexandre Kalache, especialista em terceira idade, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro.

O zelador Neto Zailo, no condomínio Mirante das Ilhas, concorda com o resultado da pesquisa. “Sempre procuro ajudar, carregando uma sacola ou auxiliando no que for possível”, observa. O reconhecimento à atitude por parte dos idosos é instantâneo. “Por terem mais tempo eles retribuem com uma atenção especial. Gostam de conversar”, lembra o zelador.

Segurança

Preocupados com a segurança dos moradores idosos, cada vez mais condomínios estão se adequando com a instalação de corrimões, pisos antiderrapantes e rampas, para a prevenção e auxílio na locomoção. No condomínio Mirante das Ilhas, na avenida Beira Mar Norte, o corrimão mais baixo e o piso já foram projetados para atender os moradores da terceira idade. No edifício Orlando Carione, na avenida Trompowski, no Centro, o síndico Sandro Luiz da Silva conta que em breve a estrutura deverá receber um elevador na parte frontal do prédio. “Temos um número considerável de moradores idosos, que apresentam dificuldades com as escadas”, aponta. “A segurança para todos é sempre uma prioridade”, finaliza Silva, que administra 15 condomínios na cidade.

De acordo com os dados da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) a estimativa da incidência de quedas por faixa etária é de 28% a 35% nos idosos com mais de 65 anos e 32% a 42% naqueles com mais de 75 anos. Em um estudo realizado em 2002, cerca de 31% dos idosos disseram ter caído no ano anterior e 11% afirmaram ter sofrido duas ou mais quedas. Trauma é a quinta causa de mortalidade na faixa etária maior que 65 anos, sendo a queda responsável por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos. Quase metade das mortes é decorrência de uma fratura de fêmur.

“Após hospitalização por queda, algumas complicações podem culminar com morte. A queda foi considerada um dos preceptores de mortalidade em estudo realizado no exterior”, aponta o médico especialista em geriatria, Mauro Montaury de Souza.

O especialista chama a atenção para fatores de risco ambientais que podem alcançar, conforme o estudo, até 50% das quedas entre os idosos da comunidade.

Algumas precauções simples devem ser realizadas:

• Na limpeza de corredores evitar resíduos que possam ter sabão ou detergentes.

• Não usar tapetes ou panos em corredores.

• Áreas poucos iluminadas ou com luzes queimadas podem propiciar acidentes.

• Locais de aclive ou declive devem ter corrimão e placas informando da sua existência.

• Placas de orientação bem visíveis e de fácil acesso

• Números, nomes ou informações colocar em locais estratégicos e bem visíveis.

• Quando estiver acontecendo qualquer obra no prédio, placas de orientação bem elucidativas.