Cresce diariamente a consciência de que, para preservar o planeta, as ações humanas deverão ser cada vez mais sustentáveis. Esse conceito foi criado em 1987 pelos membros da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU e refere-se a "satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades". Ou seja, é importante cuidar hoje do planeta para que haja recursos suficientes no futuro, buscando o equilíbrio na convivência entre o homem e o meio ambiente.

No Brasil, incorporadores e construtoras manifestam interesse em acompanhar a tendência mundial de construções de edifícios sustentáveis, também chamados Green Buildings ou edifícios "verdes". Esse movimento, a princípio, foi direcionado para os edifícios comerciais de grande porte que buscavam, além de uma certificação reconhecida internacionalmente, sendo a mais renomada a do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), a redução dos custos durante a construção. Estudos realizados demonstram que há ganhos consideráveis quando se adotam ações sustentáveis, como, por exemplo: redução do acúmulo de detritos em aterros e lixões; redução de 30% no consumo de energia e de 50% no de água; diminuição da poluição gerada pela construção; redução de 35% na emissão de gás carbônico; e, ainda, aumento da produtividade dos funcionários em até 16%.

Para garantir o nível de eficiência relacionada ao consumo de energia, os edifícios residenciais tiveram em novembro de 2010 o lançamento de uma etiqueta, idealizada segundo os Regulamentos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência de Edificações Residenciais (RTQ-R). Essa etiqueta possibilita ao consumidor final ter ideia do aproveitamento energético adequado do edifício, incluindo os elevadores, as bombas, a iluminação da área comum e das unidades privativas e o sistema de aquecimento de água. Entre estes, os mais valorizados são os sistemas baseados em energia solar, gás ou bomba de calor.

Muitas construtoras, afinadas com a preocupação ecológica e a demanda dos consumidores, projetam edifícios com itens que propiciam a redução dos custos de manutenção, tais como:

  • energia solar para aquecimento da piscina e iluminação das áreas comuns;
  • preaquecimento de água do chuveiro utilizando a energia solar;
  • aquecimento de água com gás;
  • área para a coleta seletiva, inclusive óleo de cozinha;
  • sensor de presença;
  • telhado ecológico, coberto de grama para evitar o aquecimento e preservar a impermeabilização;
  • lâmpadas econômicas e motores de alta performance;
  • medidores individuais de água e gás;
  • captação de água de chuva em reservatórios próprios, onde passará por algum tratamento, não se tornando potável, mas podendo servir para regar o jardim e para a lavagem da área comum;
  • captação de água dos chuveiros e áreas de serviço em reservatório próprio, onde passará por tratamento básico, não se tornando potável, sendo adicionando um corante azul ou verde, para que possa ser utilizado nos banheiros;
  • instalação de arejadores e redutores de vazão nas pias e chuveiros para economia água;
  • churrasqueira ecológica, com o uso de pedra vulcânica em lugar de carvão;
  • Elevadores com alta performance.

Para que haja a valorização constante do patrimônio imobiliário é fundamental que, não só os edifícios novos tenham implantados os itens mencionados, mas haja essa iniciativa dos gestores e condôminos dos edifícios antigos. Para esses, a viabilização de algumas dessas medidas necessitam de estudo aprofundado e, muitas vezes, a elaboração de projetos realizados por engenheiros ou arquitetos. Outro ponto que deve ser levado em consideração é que essas ações não devem ser vistas como despesas, mas como investimentos com retorno garantido.

Fonte: Publicado no site da Revista Direcional Condomínios