Rapaz está preso e disse, em depoimento, que não se lembra do momento da agressão

 

Os moradores do condomínio onde , 43, na Praia do Canto, em Vitória, pediram ao síndico do prédio a expulsão do agressor. A zeladora recebeu alta e prestou depoimento nessa sexta (30). Bertrand foi levado para o presídio de Viana.

O caso aconteceu na tarde dessa quinta-feira (29) e alguns moradores fizeram uma carta pedindo ao síndico do prédio, Arnaldo Sossai, que o agressor e vizinho seja expulso do prédio. O proprietário do imóvel que Bertrand alugava há cerca de três anos foi notificado e disse que vai pedir que a família retire os pertences do acusado do apartamento.

Morador do prédio há três anos, o administrador Fábio Fernandes contou que tem receio que Bertrand responda pelo crime em liberdade e volte para o edifício. “Cheguei ontem e vi as manchas de sangue e tufos do cabelo da Creonice pelo chão. Todo mundo tá com medo dele voltar”, afirma.

Arnaldo, o síndico do prédio, disse que já tinha observado que Bertrand, por vezes, chegava alterado, com latas de bebida na mão, mas nada que fugisse do normal. “Tem muita gente com criança e idoso no prédio. Nem queremos imaginar o que poderia acontecer caso ele tivesse um transtorno desse perto de outra pessoa. Apesar disso, nunca deu trabalho. A única queixa que se tinha contra ele é de uma vez que estacionou o carro fora da vaga”, relatou.  

Agressão

Segundo testemunhas, Bertrand chegou em um carro modelo Onix laranja e, aparentemente alterado, saiu andando pela garagem. Após uma queda, ele entrou em convulsão. Nesse momento, de acordo com moradores, a zeladora, um porteiro e uma terceira funcionária do prédio se aproximaram e tentaram prestar ajuda. Ao perceberem que o morador tinha voltado a si e estava alterado, rapidamente o porteiro e a outra funcionária se afastaram. No entanto, a vítima permaneceu no local. Por telefone, a outra mulher pediu socorro.

Bertrand, então, começa a agredir a zeladora com chutes, socos e pontapés. Ela desmaia, e mesmo assim, as agressões continuam.

A outra zeladora do prédio viu a agressão pelas câmeras de segurança e ficou desesperada com a cena.  “Ela gritava muito, pedia socorro. Era um gemido de uma pessoa que estava sentindo muita dor. Quando eu olhei no monitor, ela já estava caída no chão e ele chutava muito. Eu parei de olhar um pouco, quando voltei a olhar, ela já não se mexia mais, achei que ela estava morta. Comecei a chorar, corria para lá, corria para cá, não sabia o que fazer”, disse.

Os primeiros moradores que chegaram ao local acionaram o Samu e a Polícia Militar. Tanto a zeladora quanto o agressor foram levados para o Hospital São Lucas.

Alta

Após passar a noite no hospital, Creonice teve alta na manhã de sexta (30) e foi direto para a delegacia prestar depoimento sobre o ocorrido. "Ele me chamou de ladra,  disse que eu tinha roubado o carro. Bateu na minha cabeça e eu não lembro mais de nada. Espero a justiça divina mais que a justiça dos homens", falou.

Depoimento do agressor

No carro supostamente usado pelo agressor, a polícia encontrou latas de cerveja consumidas e 13 pinos de substância similar à cocaína. Em depoimento à polícia, Bertrand disse que saiu para festejar e assumiu que consumiu drogas.

Bertrand disse, ainda, que, pelo que sabe, não tem nenhum problema de saúde.

"Eu não me lembro de nada, mas claro que me arrependo do que fiz. Eu não tinha rixa e nem nenhum problema com ela. O que eu tiver que resolver agora, vou resolver com o juiz", disse à reportagem de A Gazeta.

No início da noite, o agressor foi levado para a Delegacia. O homem foi autuado por tentativa de feminicídio e por porte de drogas para uso pessoal. Ele foi transferido para o presídio por volta das 8h de sexta-feira (30).