Desabamento em condomínio de luxo deixou um morto e quatro feridos. Local está interditado por tempo indeterminado.

O desabamento no Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, aconteceu por volta de 3h da terça-feira (19). Uma perícia foi realizada em todo o condomínio nesta quarta-feira (20) e o local segue interditado por tempo indeterminado. Os moradores retiraram parte dos pertences dos apartamentos e, por enquanto, não podem voltar para casa.

Entre os feridos do desabamento estava o síndico, Fernando Maques, e os funcionários André Luiz Fernandes, Braz Luís Piva, e Alan Martins. O porteiro Dejair das Neves, de 47 anos, morreu. Ele chegou a ficar desaparecido nos escombros por cerca de 15 horas.

André machucou a perna e teve uma distensão de um músculo da perna direita. A lesão, no entanto, não o impediu de acompanhar o trabalho do Corpo de Bombeiros e ficar durante toda a manhã da terça-feira em frente ao local do acidente, aguardando notícias sobre o colega Dejair das Neves, que estava nos escombros.

“Fiquei preocupado com meu amigo Dejair e não quis ir para a minha casa”, contou André, que é porteiro do Grand Parc há um ano.
Por conta da preocupação com Dejair, André não avisou a família sobre o acidente. Os familiares ficaram sabendo do desabamento por meio dos telejornais.

O porteiro foi para casa às 10 horas e, sentindo fortes dores na perna lesionada, procurou ajuda em um hospital da região.
Na quarta-feira (20), André relembrou os momentos de desespero que viveu no acidente que tirou a vida de Dejair. “Passei por uma coisa que não consigo esquecer”.

O síndico do prédio, Fernando Marques, está internado no Hospital Meridional, em Cariacica, e vai passar por cirurgia nesta quinta-feira (21). Ele sofreu uma lesão no fêmur direito.

O Meridional informou que o quadro do paciente é estável e que a previsão de recuperação é rápida.

O outro porteiro que sobreviveu, Brás Luis Piva, de 52 anos, contou que estavam perto do chafariz vendo sobre os estalos que tinham ouvido na piscina.

“Nós tínhamos chamado o síndico para ver o que era. Ele desceu e, na hora do desabamento, o síndico estava com a gente na área de lazer. Foi um negócio muito, muito rápido. Nem sei dizer direito como é que foi o acidente”, contou.

Ele relatou ainda que não viu o que aconteceu. “Tomei umas pancadas na barriga e nas costas. Estou com um machucado aqui na barriga. O Alan se salvou porque um armário da recepção caiu sobre ele e isso o protegeu. O concreto não bateu diretamente nele”.

Armário salvou funcionário

Enquanto o porteiro André Luiz Fernandes ajudava no resgate do colega Brás Luís Piva e do síndico durante o desabamento, Alan Martins, vigilante do condomínio, passava por momentos de desespero no andar térreo.

Junto aos escombros que soterraram o trabalhador, um armário também caiu em cima de Alan. E foi justamente esse móvel, segundo o porteiro André, que impediu que o vigilante perdesse a vida.

“Ele estava lá no andar térreo, na parte em frente do portão, bem embaixo de onde a gente estava. Ele se jogou debaixo do armário para se proteger”, conta o trabalhador.