Boa localização e preços de condomínios mais baixos estão entre atrativos. Em 5 anos, imóveis disponíveis saltaram de 50 para 600, diz especialista.

Os apartamentos de até 80 metros quadrados estão entre os mais procurados por quem busca praticidade no dia a dia, em Goiânia.

Moradores de imóveis considerados pequenos falam das vantagens desses compactos, como a facilidade na manutenção, espaço na medida certa e boa localização. Especialistas na venda de imóveis dizem que os modelos menores são uma tendência na capital e atraem diversos públicos, principalmente pelos preços mais baixos dos condomínios.

Entre os imóveis atualmente disponíveis para uma única pessoa ou um casal variam entre 30 e 80 metros quadrados. Os moradores comentam que preferiram investir em localização, mesmo que isso represente ter menos em espaço. Os preços para venda, segundo especialistas, variam entre R$ 180 mil e R$ 500 mil, enquanto o preço dos condomínios vai de R$ 200 a R$ 350.

A veterinária Luíza Lucena de Albuquerque, de 26 anos, contou que o apartamento em que mora, no Setor Universitário, tem 36 metros quadrados. Apesar de pequeno, ela diz que é prático e econômico. “Viemos para cá muito por causa do preço. O condomínio é barato, é fácil de limpar e acabamos não acumulando coisas demais. A localização também ajuda, pois é perto de tudo que precisamos”, disse.

O corretor de seguros Fábio Work, de 39 anos, contou que já viveu em apartamentos de até 140 metros quadrados, com três quartos, mas preferiu se mudar para o local onde mora atualmente, que tem 44 metros quadrados. “O condomínio é mais baixo, consigo economizar e é mais fácil para limpar. Eu e um vizinho contratamos juntos uma diarista e ela trabalha meio período aqui e meio período lá”, comentou.

Work relatou que a economia no valor do condomínio também fez diferença na escolha e permitiu que ele escolhesse um imóvel com uma boa localização. “Eu pagava R$ 1100 [de condomínio] quando morava no apartamento maior, aqui pago R$ 285. Sou solteiro, trabalho aqui perto e tenho acesso fácil a supermercado, shopping e restaurante, é muito prático”, explicou.

Outro adepto dos imóveis pequenos é o médico anestesista Ruben Wagner Toledo, de 32 anos, que comprou recentemente um imóvel de 44 metros quadrados. Ele conta que o apartamento é do tamanho que ele precisa. “Como sou solteiro, se tivesse mais quartos eles iam acabar fechados juntando poeira. Também não sinto falta de mais espaço, pois a área de lazer do condomínio é muito completa. Tem piscina, área para churrasco, academia”, pontuou.

A empresária Renata Vieira também comprou um imóvel de 49 metros quadrados, mas com o objetivo de alugar. “Sei que a oportunidade de locação é muito boa, seja para pessoas que vêm à cidade a trabalho e vão ficar por um período curto, pessoas que vêm para tratamentos médicos e não precisam de muito espaço. Mesmo a longo a prazo, a procura é grande. Além disso, a expectativa é que o valor do metro quadrado valorize”, disse.

Grande procura

O diretor de incorporações da EBM, Fernando Razuk, relatou que a procura por apartamentos pequenos em Goiânia e em outros centros urbanos é grande. Segundo ele, o número de imóveis disponíveis com menos de 50 metros quadrados era de cerca de 50 em janeiro de 2010. Cinco anos depois esse número passou para 600.

“Fizemos pesquisas qualitativas e de comportamento e identificamos que o público para esse tipo de imóvel é de solteiros ou casais ainda sem filhos que optam por uma vida mais prática. É muito comum que jovens na faixa dos 30 anos, que já têm uma independência financeira, procurem esses espaços”, esclareceu.

Imóveis de até 80 m² também dispõe de comodos comuns pequenos Goiânia Goiás (Foto: Vanessa Martins/G1)

Segundo Razuk, os empreendimentos desse tipo geralmente oferecem áreas comuns com alguns diferenciais, como espaço com máquinas de lavar e secar de uso livre. Ele também destaca uma sala de freezers abastecida com alimentos congelados de onde o morador pode pegar algum item e paga por ele junto com o condomínio. “São algumas praticidades que facilitam a vida do morador, que já tem um dia a dia corrido”, afirmou.

O diretor comercial da Consciente Construtora, Adriano Carrijo, também comentou que a procura por esses imóveis cresceu por causa de mudança no estilo de vida moderno.

“As pessoas estão se casando e tendo filhos cada vez mais tarde. O mundo moderno exige que os profissionais se dediquem cada vez mais aos estudos e ao trabalho por causa do mercado tão competitivo. Por causa disso, as pessoas procuram mais praticidade o que elas encontram em apartamentos menores”, informou.