Mudanças no mercado de sindicatura profissional

 Índice de condomínios brasileiros administrados por síndicos profissionais cresce 14% nos últimos 10 anos

Ele cumpre e faz cumprir as determinações da assembleia do condomínio, cobra as contribuições dos moradores, elabora orçamentos das despesas e é responsável por zelar a prestação dos serviços: o síndico, representante dos interesses do condomínio, é um cargo que está em alta e cuja profissionalização se faz mais que necessária.

De acordo com a plataforma SindicoNet, o mercado de síndicos especializados passou por um ‘boom’ e reúne, em 2023, mais de 420 mil profissionais. Dez anos atrás, apenas 6% dos condomínios possuíam síndicos profissionais – hoje, eles estão presentes em quase 20% deles.

Marcos Valim, diretor da Embraps – empresa responsável pelo fornecimento de mão de obra terceirizada para condomínios e empresas – afirma que a procura por síndicos profissionais aumentou na pandemia da Covid-19, já que moradores ficaram limitados dentro de casa durante o isolamento e as reclamações cresceram.

Esta é, inclusive, outra atribuição ao síndico: apaziguar os ânimos entre as partes em conflito e tentar chegar em um consenso do que é melhor para todos.

No entanto, mesmo depois do fim da quarentena, reabertura do comércio e volta aos ambientes de trabalho, a procura de síndicos profissionais ainda é crescente.

“Isso se deve a dois motivos: moradores não querem mais a alta responsabilidade de gerir um condomínio e o aumento da confiança no modelo de síndico profissional”, explica Valim.

O síndico é responsável pela gestão e bom funcionamento do prédio. Entre suas funções, estão a parte financeira (orçamentos, receitas, despesas e controle de inadimplência, por exemplo), prestação de contas à assembleia de moradores do condomínio, vistorias e acompanhamento de laudos e obras, avaliação da limpeza e segurança em áreas comuns, além de atender as demandas de funcionários e condôminos.

Com tantas responsabilidades, a relação de confiança entre síndico e condômino é fundamental para colher informações que vão ajudar na elaboração de planos de ação. É o que explica Marcos Valim:

“A condução de uma gestão de condomínio depende da confiança depositada pelo condômino e pela comissão responsável pelo condomínio, assim como pela transparência, autoridade e confiabilidade do síndico em atuação. Portanto, nosso enfoque é na participação efetiva em busca de resultados que atendam aos anseios do condomínio e não somente de envolvimento no trabalho”, diz.

De acordo com Valim, o bom síndico tem como principais características a ética, boa comunicação, habilidade na gestão de conflitos, domínio da legislação, gestão financeira, organização e disciplina, gestão de pessoas entre outras.

Preparo para lidar com crises

Marcos Valim destaca que a experiência e preparação adequada ajudam a evitar gastos desnecessários e a gerir melhor conflitos no condomínio, por exemplo.

“O síndico profissional possui o preparo e a experiência que o cargo requer e mantém um distanciamento emocional saudável. Uma vez bem preparado, consegue exercer os papéis de administrador e mediador, mantendo a ordem e a coletividade”, afirma.

Na Embraps, todos os síndicos são profissionalizados e possuem nível superior, experiência comprovada na função e passam por um treinamento focado na Metodologia de Gestão do Síndico Profissional.

“Por meio de nosso curso, abrangemos a gestão empresarial, legislação, gestão financeira, de RH, segurança, perícia e manutenção predial, informatização de processos e sustentabilidade. A Embraps presta, ainda, uma consultoria para a solução de problemas condominiais e suporte e treinamento para os síndicos”, finaliza o diretor.