Valter Pereira Júnior foi sentenciado a 21 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por ter dificultado ou tornando impossível a chance de defesa da vítima

O Tribunal do Júri de Betim condenou a 21 anos de reclusão o síndico de um prédio que assassinou a tiros a vizinha, a professora Dilene Pereira dos Santos, de 48 anos, no bairro Jardim Petrópolis, em 1º de outubro de 2022. Valter Pereira Júnior, de 44 anos, foi sentenciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por ter dificultado ou tornando impossível a chance de defesa da vítima.

Segundo a promotora de Justiça Júnia Barroso Oliveira Balsamão, que denunciou o réu, “a violência com que o réu agiu é impressionante”. “Ele arrombou a porta do apartamento e executou a vítima, que estava junto dos três filhos e a mãe, uma idosa. E tudo isso por vingança, considerando que a vítima e outros moradores questionavam em reunião de condomínio a prestação de contas referente ao período em que o acusado era síndico”, explicou Júnia.

Filhos do meio de Dilene, Samuel Gonzaga das Neves, de 21 anos, afirmou que a condenação de Valter Júnior foi um “alívio”. “Tudo corroborou para a condenação dele. Nos sentimos aliviados. É um conforto, depois de tudo o que ocorreu, de tudo o que nós passamos, ver que a justiça está sendo feita. Nada vai trazer minha mãe de volta. Infelizmente, o estrago maior já foi feito, iremos passar o resto das nossas vida sem ela do nosso lado, mas ficamos aliviados de ver que houve a condenação, e que a justiça está sendo encaminhada”, disse.

O CRIME

Valter Júnior teria assassinado Dilene por vingança. Os dois moravam no mesmo edifício e a vítima questionou as contas do condomínio no período em que ele era síndico. Júnior teria decidido matar Dilene após receber uma intimação da Justiça. Testemunhas contaram à polícia na época que ele, inclusive, a ameaçou dias antes do crime.

No dia do assassinato, Dilene fazia o jantar para os três filhos – o rapaz de 21 anos, o filho mais velho, de 23, e a caçula, uma adolescente de 14 anos – e a mãe, uma idosa de 74 anos que dependia da professora –, quando teve a residência arrombada por Júnior.

O homem foi até a cozinha e a baleou com cinco tiros. Em seguida, fugiu armado em um carro e foi localizado e preso horas depois em Nova Lima, na Grande BH. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos.

APELAÇÃO

O réu ainda pode apelar da decisão do julgamento, ocorrido na terça (15), na 1ª Vara Criminal da Comarca de Betim, mas a Justiça negou que ele recorra em liberdade.

Matéria atualizada em 16 de agosto de 2022.