Perícia indicou que vazamento de esgoto causou acidente com 5 mortes. Um mês depois, alguns moradores não puderam voltar e temem explosões.

Um mês depois da explosão que deixou cinco mortos no conjunto habitacional Fazendo Botafogo, na Zona Norte do Rio, em 5 de abril, moradores ainda não puderam voltar para casa. Muitos contestam o laudo preliminar da perícia divulgado nesta quinta-feira (5), que apontou o acúmulo de gás devido a um vazamento de esgoto como causador do acidente, e querem contratar um perito e um geólogo para fazer um laudo independente.

Os técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que fizeram a perícia, afirmam que os gases metano e sulfúrico ficavam acumulados em um vão de 50 centímetros, entre o solo e o piso de um dos apartamentos.

A CEG, empresa responsável pelo fornecimento de gás, afirmou que concluiu uma vistoria em toda a vizinhança. Além disso, os técnicos da companhia garantem que não houve nenhum vazamento na rede.

Na época, um vazamento de gás atingiu o local da explosão, mas os técnicos afirmam que o cheiro tinha origem no apartamento 108. Neste estabelecimento, três pessoas morreram e os peritos observaram um vazamento de gás encanado.

A hipótese de vazemento de gás do esgoto já tinha sido levantada no dia seguinte ao acidente. Quem ainda mora lá ainda tem medo de que aconteçam novas explosões.

O prédio ainda parece um canteiro de obras. Quem morava na área afetada ainda não pôde voltar, com a tia da Karen, adolescente que morreu na explosão. Desde então, está morando em um hotel pago pela prefeitura.

Luiz Guilherme morava com os pais, a secretária Rosane Oliveira e o pintor Francisco Oliveira, ainda tentou socorrer os dois, mas eles não sobreviveram. Depois do acidente, se mudou para um apartamento próximo. Todo dia precisa passar em frente ao lugar que traz tantas lembranças ruins.

Os moradores dizem que, desde o acidente, o fornecimento de gás tá suspenso em 46, dos 86 do conjunto habitacional. Com panelas elétricas, moradora diz que está gastando bem mais com energia e que a conta da CEG continua chegando mesmo assim.

"Mês passado eu tive consumo de gás. Esse mês eu não tive consumo nenhum", disse.

Segundo a CEG, as contas são referentes à utilização durante período anterior ao do corte.