Pesquisa aponta que síndico do Rio tem em média 58 anos

A Zona Sul é a região onde a faixa etária é mais alta  

Os síndicos são personagens muito importantes, afinal eles são responsáveis pela manutenção e pelo cuidado de condomínios residenciais e comerciais. E para entender o perfil desse público, a administradora Estasa fez uma pesquisa com mais de 600 edifícios de sua base de dados, distribuídos por todos os bairros do Rio. De acordo com o estudo, a idade média do síndico hoje na cidade é de 58 anos, sendo que o mais idoso encontrado no levantamento tem 88 anos e o mais jovem 24 anos.

Os dados mostram ainda que cerca de 75% dos síndicos têm 50 anos ou mais. Além disso, 47%, ou seja, quase metade dos entrevistados, tem mais de 60 anos, mostrando uma maior presença da terceira idade desempenhando a função. A pesquisa, que levou em conta moradores que são eleitos em assembleias e síndicos profissionais, descobriu também idosos acima dos 80 anos que estão em plena atividade.

"O levantamento nos mostrou que o etarismo não é problema para ser síndico e se a participação deste público é relevante, pode ser explicado por duas características - tempo para se dedicar e gosto por se relacionar com pessoas. Os demais moradores costumam valorizar isso e apoiam bastante os mais idosos", analisa Luiz Barreto, coordenador do estudo e presidente da Estasa.

Fazendo um recorte por regiões, o estudo revela que locais com construções mais antigas na cidade apresentam uma idade maior do síndico. Na Zona Sul, a média da faixa etária dos síndicos é de 61 anos. E as regiões mais novas, como a Zona Oeste, apresentam síndicos mais jovens: média de 52 anos de idade.

Amor pela sindicância

Iracy Pinheiro, de 86 anos, é um dos exemplos identificados no estudo. Ela é síndica do Condomínio Solar Barão de Limeira, em Copacabana, e adora a ocupação. "Já estou na sindicância há muitos anos. É um trabalho que exige muita responsabilidade, disponibilidade e vigilância. Mas, com a ajuda de amigos e da maioria dos condôminos, consigo cumprir as obrigações com controle e dedicação", afirma Iracy.

Na outra ponta, é possível também observar uma tendência dos mais jovens na sindicatura com o aumento dos síndicos externos ou profissionais, que são pessoas contratadas para exercer a função quando nenhum morador quer assumir esse papel. Darllan Dias da Silva, de 24 anos, síndico profissional do Condomínio Joatinga, em Ipanema, conta que no início estava receoso se iria ser respeitado em sua posição de autoridade por causa da idade.

"Venho mostrando o meu trabalho e respeito aos moradores e funcionários e, por isso, dificilmente tenho enfrentado problemas", diz Silva. Segundo ele, o trabalho consiste em ser bastante presente nos condomínios, tentando solucionar os problemas da melhor maneira e em menos tempo possível. “O grande desafio, na minha opinião, é satisfazer os moradores, visto que nem sempre a vontade está alinhada com os outros moradores e conselho. Além disso, lidamos com diversos perfis de pessoas e isso exige muita calma”, ressalta o síndico profissional.
SÍNDICOS