Startup de gestão de condomínios fatura R$ 2,6 milhões

Atuando especialmente em Florianópolis e São Paulo, a Winker oferece um aplicativo com soluções para moradores que inclui assembleias virtuais e abertura de portas com chaves virtuais

Morador de apartamento, Henrique Melhado, 34, percebeu como a gestão de um prédio era um processo difícil. “Muitos condomínios têm orçamentos maiores do que empresas e, geralmente, é tudo feito de uma forma muito informal. Também existem problemas de relacionamento porque, diferentemente de uma empresa em que existe um único dono, um condomínio tem muitos donos”, afirma.

De olho no problema, Melhado e Erik Osta fundaram a Winker, startup que oferece um aplicativo com diversas soluções com planos mensais a partir de R$ 180. Entre os serviços oferecidos, estão acesso às câmeras, aluguel de salão de festas e contato direto com administradoras de condomínio. Em 2020, a empresa cresceu 60% e faturou R$ 2,6 milhões com novas funções como assembleias virtuais e abertura de portas com chaves virtuais.

Quando o negócio começou a operar, em 2013, os empreendedores acreditavam que ter um bom software seria o suficiente para deslanchar, mas perceberam que ainda era necessário entender mais do setor. “Vender para condomínio é muito complicado porque existe um processo de decisão de várias pessoas, então demoramos muito tempo para conseguir fechar com um cliente”, diz Melhado.

Outra particularidade dos condomínios, segundo Melhado, é a troca do síndico, quando o novo responsável costuma mudar todos os prestadores de serviço, mas prefere manter o Winker. O empreendedor diz que isso acontece porque o novo síndico geralmente é um morador, que já conhece o aplicativo e está acostumado a usá-lo. Eles apostaram nessa vantagem para fazer parcerias com empresas administradoras de condomínio, que auxiliam o síndico na gestão.

“Anteriormente, os administradores falavam com o síndico que, então, falava com os moradores. Criamos um canal direto para que os administradores conversem direto com os moradores e fortaleçam o relacionamento”, diz Melhado. Com isso, as próprias empresas de administração de condomínio passaram a indicar o aplicativo da Winker.

O crescimento acelerou. No final de 2014, eram 40 condomínios — e chegou a 1200 em dezembro de 2015. O maior problema era que, mesmo atendendo muitos locais com a parceria, a empresa não aumentou o seu faturamento.

“Ainda eram 40 condomínios pagantes porque primeiro estávamos preocupados em entregar valor para as administradoras e oferecemos um plano básico gratuito. Nosso objetivo era prestar um bom serviço e depois entender como monetizar”, afirma. Assim, eles decidiram começar a cobrar pelo plano básico — e hoje conseguem converter 30% desses clientes a planos mais caros e com mais serviços.

Algo que não estava nos planos iniciais da empresa foi que os próprios moradores começaram a indicar o serviço da Winker para outros tipos de negócios, e a startup passou a atender bancos e empresas de segurança, mas ainda em pequenas quantidades.

Hoje, a Winker está atuando em 16 estados, com destaque para o mercado de São Paulo e de Florianópolis. A expectativa é fechar o ano com faturamento de R$ 4,2 mihões.