Homem foi executado em fevereiro por apontar desvio de R$ 800 mil em condomínio. De acordo com o MP, Priscilla de Oliveira e Leonardo de Lima agiram por motivo torpe contra Carlos Eduardo Monttechiari

O Ministério Público do Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira, síndica do London Green Park, na Barra da Tijuca, e Leonardo Gomes de Lima, supervisor contratado do condomínio, casado e apontado como seu amante, pela morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari.

De acordo com a denúncia da promotora Debora Cagy Erlich, Leonardo foi o autor dos disparos que levaram à morte do empresário, enquanto Priscilla foi mandante da ação após.

Segundo a promotora, trata-se de um homicídio por motivo torpe e de difícil defesa. Carlos Eduardo foi assassinado, de acordo com a denúncia, por passar a apontar inúmeras irregularidades financeiras e possíveis fraudes praticadas pela síndica Priscilla na administração do condomínio London Green Park. Ele teria descoberto um desvio de R$ 800 mil (relembre o caso abaixo).

Prisão preventiva

O Ministério Público manifestou-se também sobre o pedido de revogação da prisão feita pelas defesas de Priscilla e Leonardo.

O MP pede a prisão preventiva de ambos porque a maioria das testemunhas do caso mora no London Green Park, mesmo local de moradia de Priscilla e de possível circulação de Leonardo — o que poderia implicar na produção de novas provas.

Relembre o caso

Priscilla de Oliveira, a síndica, e Leonardo Lima, supervisor do condomínio e apontado como amante da mulher, teriam tramado a morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari. Isso teria ocorrido depois que Carlos Eduardo acusou Priscilla de desviar dinheiro do London Green Park.

Uma câmera de segurança registrou o crime, ocorrido na manhã do dia 1º de fevereiro. A princípio, a polícia tratava o caso como um latrocínio – roubo seguido de morte.

Mas a 27ª DP (Vicente de Carvalho) concluiu que o Carlos Eduardo, que já tinha sido síndico do condomínio e era opositor de Priscilla, tinha marcado para 5 de fevereiro uma assembleia a fim de apresentar um dossiê com provas contra a gestora.

Segundo a polícia, o assassinato ocorreu depois que a vítima descobriu um desvio de R$ 800 mil.

"A vítima descobriu, com notas fiscais falsas ou fantasmas, que estavam sendo desviados mais de R$ 800 mil do orçamento do condomínio”, explicou o delegado Renato Carvalho.

Quatro dias antes da reunião em que apresentaria as provas do crime, porém, o empresário foi baleado. Ele estava dentro do carro, na frente do terreno que alugava, na Vila Kosmos, na Zona Norte, quando foi abordado por um homem que atirou no seu tórax e no abdômen. Carlos chegou a ser hospitalizado, mas morreu no dia seguinte.