Poço artesiano tem sido uma opção viável para condomínios

Moradores tem água garantida com o poço artesiano, mas precisam pagar pelo esgoto

 

Investir em poços tubulares, ou artesianos, como são popularmente conhecidos, se tornou uma opção bastante viável para os condomínios de Araucária que buscam economizar dinheiro e deixar de ser dependentes de caminhões-pipa ou da própria Sanepar.

Mais viável ainda nesse período em que enfrentamos sérios problemas no abastecimento de água por conta da estiagem prolongada. Segundo Lauremir Dudek, síndico profissional e gestor da Araucária Administradora de Condomínios, a economia é vantajosa, pois a longo prazo, um poço artesiano vai reduzir os custos do condomínio com água entre 30% a 50%, mesmo com a taxa de esgoto e a análise periódica da água.

“Em Araucária os condomínios Chiari, Green Village e Ávola II, os quais administramos, já têm poços artesianos, mas conheço outros condomínios que também têm como o Campodoro, Constance, Canadá, Colibri e Nova Europa. Também estamos com planos de implantar o poço em mais condomínios. Antes o mínimo que um condomínio gastava de água era 10m³ por unidade, depois caiu para 5m³, porém, não podemos esquecer que, aparentemente, as contas não pareciam ter reduzido, isso porque tivemos aumentos consideráveis nas tarifas”, analisa o administrador.

Lauremir ressalta que muitos condomínios compraram o poço (pagaram pela perfuração) e outros contrataram através de contrato de risco, sem custos de perfuração, pagando com base no consumo de água por determinado tempo. “Nos dois casos, a implantação do poço precisou da aprovação em assembleia, onde foram apresentados aos moradores, todos os prós e contras de cada tipo de contratação e os riscos envolvidos”, explica.

Licenças

Apesar de a construção custar caro, estima-se que o investimento se paga em menos de um ano devido à economia mensal. Mas quando o condomínio decide abrir um poço artesiano, em comum acordo com os moradores, é necessário levar em consideração questões que podem influenciar o próprio condomínio e o meio ambiente.

Cabe ao síndico chamar algumas empresas especializadas em perfuração e manutenção de poços artesianos para visitar o condomínio, fazer um estudo de viabilidade do projeto, avaliando qual a vazão necessária que o poço precisa ter para abastecer todos os apartamentos e se a água do lençol freático é adequada para o consumo. Esse estudo visa tentar diminuir surpresas infelizes depois do início das obras.



Segundo a Secretaria de Araucária, todos os detalhes sobre autorização para perfuração de poço artesiano, bem como outros requisitos técnicos necessários, devem ser obtidos junto ao Instituto de Água e Terra do Paraná. O Instituto é que emite ou não a respectiva licença, e posterior outorga de direito de uso da água. Importante ressaltar que a obtenção da licença é obrigatória não apenas para condomínios, mas para todas as demais edificações, seja na área urbana ou rural.

Esgoto
Apesar de muitos acharem que, com o poço artesiano, o condomínio não pagará mais água, há sim ainda um custo para os moradores: a taxa de esgoto. A taxa continua sendo recolhida, pois a água sai pelas tubulações da Sanepar. Em todos os poços artesianos construídos, a companhia faz a hidrometração para ter um controle do gasto de água e também calcular a quantidade que vai pro esgoto. A Sanepar explica que se o condomínio já era cliente da empresa, o cálculo do esgoto será sobre a média histórica do consumo de água. A taxa é de 80% sobre o consumo da água.

Onde não há hidrômetro, a Sanepar faz uma estimativa do volume de água consumida da seguinte forma: se o cliente era consumidor de água da companhia, o cálculo do esgoto considera a média do consumo de água. Se é imóvel novo, o cálculo é feito por média per capita ou pelo tamanho do imóvel. Se for cliente comercial, o cálculo é feito de acordo com a atividade desenvolvida. “Importante lembrar que quem tem poço usa os serviços de coleta e tratamento, por isso precisa pagar”, esclarece a companhia.

Caminhões-pipa
Outra alternativa que vem sendo bastante utilizada nessa época de estiagem, por muitos condomínios que ainda não possuem poços artesianos, é a contratação de caminhões-pipa. Mas daí muito se perguntam: de onde vem a água que abastece esses caminhões? A Sanepar explica que as empresas de caminhão-pipa retiram a água potável das estações de tratamento de água. “Elas compram essa água e depois revendem para os condomínios. Vale lembrar que a Sanepar não é responsável pelo serviço e pelo mercado de caminhões-pipa, pois só controla os cadastrados que compram água da companhia”.