Na capital, em 2018, os furtos e roubos tiveram uma queda significativa: foram registrados 4.729 casos

De 2014 a 2018 foram registrados, em média, 12 mil casos de furtos e roubos a casas e condomínios, por ano, em todo o estado. O Sistema de Informações Criminais (Infocrim), que traz mensalmente as estatísticas de crimes em São Paulo, não detalha esse tipo de ocorrência. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.

Mais da metade dos casos ocorreu em São Paulo, foram 7.883 registros. No estado, os números se mantiveram estáveis ao longo dos anos seguintes.

Mas na Capital, em 2018, os furtos e roubos tiveram uma queda significativa: foram registrados 4.729 casos.

A ação das quadrilhas é comandada por jovens assaltantes que utilizam as mais diversas estratégias para invadir casas e condomínios.

Em 2019, 60 pessoas foram identificadas ou presas. Entre eles, uma menina de 15 anos, que já foi apreendida dez vezes.

Furtos e roubos - Casas e condomínios
Estado

2014 - 12.635
2015 - 12.862
2016 - 12.720
2017 - 12.858
2018 - 12.369
Capital

2014 - 7.883
2015 - 7.576
2016 - 7.463
2017 - 6.872
2018 - 4.729

Fonte: Secretaria da Segurança Pública/Lei de Acesso à Informação

Tem quadrilhas que não enganam só os porteiros. Elas passam por sistemas modernos de segurança. Os bandidos usam nomes e documentos falsos para alugar imóveis, identificam moradores que possam ter em casa joias, dinheiro e produtos eletrônicos. Aí atacam sem ninguém perceber.

O DEIC tem uma galeria com fotos de mais de 200 investigados por furto e roubo a residências.

Um deles é apontado como mestre nesse tipo de furto. Edson Vicente de Farias Neto, 22 anos, é conhecido como "Rabino".

Para entrar nos prédios do bairro de Higienópolis, ele se vestia com roupas usadas pelos judeus. Usava barba e chapéu preto. Quando isso não dava certo um comparsa se passava por morador.

Roberto Afonso da Silva, delegado da 4ª delegacia de Patrimônio, disse que “ele acaba pegando o telefone da portaria. Um outro integrante da quadrilha liga para a portaria se passa pelo morador e o porteiro acaba acreditando na história. A portaria é o coração do condomínio é a parte mais importante se você tiver desatenção ali não adianta nada você botar um sistema caríssimo mas se não for eficiente de nada adianta.”

A polícia diz que quando "Rabino" ficou conhecido em Higienópolis, mudou de região. E passou a atacar no Itaim Bibi e no Brooklin, na Zona Sul. Ele foi preso duas semanas atrás.

Também está na cadeia Uriel de Barros Santana, 23 anos, conhecido na região do Glicério como "Modelo", ou "Professor". Segundo a polícia, ele ensinava os ladrões mais novos e liderava ataques à residências.

Foi Uriel quem chegou primeiro a uma mansão nos Jardins e tocou a campainha três vezes para confirmar que os moradores não estavam em casa. Parecia até um estudante. Ele esperava os comparsas que chegaram no carro prata.

Uriel levou 27 segundos para abrir a porta. Lá dentro, os ladrões usaram uma escada para chegar ao andar de cima e reviraram os quartos.

Na fuga, o chefe do bando saiu com uma mochila nas costas. Os outros carregaram um cofre embalado num cobertor.