Incêndio no Rio

Síndica de prédio que acolheu pacientes do Badim conta que moradores também se mobilizaram na ajuda

A síndica Lúcia Helena de Souza Melo Oliveira, de 72 anos, que abriu o condomínio para acolher dezenas de pacientes durante o incêndio do hospital Badim, contou que os moradores do prédio também se mobilizaram para ajudar os pacientes. Eles se revezaram levando água para os pacientes e profissionais de saúde que passaram a noite em uma CTI improvisada, no local. Não foram os únicos. Após a tragédia, formou-se uma rede de solidariedade, em que moradores e empresários da região ajudaram na evacuação da unidade de saúde, na Tijuca, na Zona Norte da cidade.

— Assim que soube do incêndio, eu desci, pedi ao porteiro para abrir a garagem e avisei a um médico que o prédio estava à disposição. Ele pediu para olhar o play e a garagem. Em seguida, trouxeram macas, colchonetes, travesseiros, aparelhos de oxigênio, soro e ressuscitação. Depois, começaram a chegar os pacientes — conta ela.

A garagem e o play do prédio, que fica no número 31 da Rua Arthur Menezes, foram transformados em uma CTI. Os moradores do edifício também se envolveram na força-tarefa e fizeram um revezamento durante toda a noite para levar água aos pacientes e profissionais que atuavam no local.

Não satisfeita em receber os pacientes no prédio, Lucia também saiu na rua para levar água para quem era atendido no chão.

— Nesses momentos, você tem que ajudar sem atrapalhar. E faz isso com pequenos atos. Eu ajudei uma enfermeira que teve uma crise nervosa após ter ajudado tantos pacientes e também ajudei algumas pessoas que estavam intoxicadas por conta da fumaça. Você sempre acha que poderia ter feito mais — disse ela, que se emocionou ao lembrar dos 10 mortos na tragédia.