Quantia deve reaver os prejuízos com os bens materiais e compensar os transtornos por conta do desabamento do edifício, no Bairro Maraponga

 

O advogado de um grupo de moradores do Edifício Benedito Cunha, demolido no Bairro Maraponga, em Fortaleza, após as colunas ruírem, deu entrada em uma ação coletiva na Justiça pedindo indenização no valor total de R$ 2 milhões. A ação visa reaver os danos morais e materiais de 14 pessoas que viviam no local.

Advogado dos moradores, Túlio Vilanova argumenta que "as pessoas enviaram uma relação dos bens com os valores estimados", algumas com nota fiscal e extratos de cartão de crédito. "Com relação aos danos morais, a gente sugere ao juiz que, se os réus forem condenados, (seja aplicado) um valor de três vezes ao do dano material", explica o advogado.

Quem faz parte da ação coletiva é o analista Neto Barbosa. Ele lembra de não conseguir recolher os seus pertences, pois durante o processo de demolição do prédio não houve a filtragem eficiente dos objetos. "No caso dos bens da gente, o que foi recuperado foram dois travesseiros, uma rede e um botijão de gás", pontua. Sobre o processo judicial, Neto diz esperar que "a Justiça seja rápida".

Conforme Vilanova, a defesa dos proprietários será acionada e uma audiência de conciliação, entre os moradores e os donos do prédio, deve ser agendada. "Após a gente dar entrada, o juiz vai analisar essa petição e o próximo passo é convidar os réus para que eles possam apresentar a sua defesa", conclui.

Já o advogado de defesa dos proprietários do edifício, Gerônimo Abreu, disse que está acompanhando o caso e aguarda notificação sobre o pedido de indenização. Gerônimo informou, ainda, que cerca de oito famílias que residiam no prédio já estabeleceram acordo direto com os donos.

Entenda o caso

Em 1º de junho, o prédio apresentou falhas na estrutura e desabou parcialmente. Na ocasião, todos os moradores conseguiram sair do local antes da movimentação física do edifício, mas não puderam retirar os pertences a tempo. Residentes do entorno tiveram as casas interditadas pela Defesa Civil de Fortaleza por conta do impacto do desabamento.

No processo de demolição, iniciado no dia 28 de junho, objetos e documentos recolhidos foram levados para um depósito. Moradores denunciaram que os pertences estavam danificados e que alguns foram furtados durante as obras.