MP-ES sustentou que houve erros de cálculo no projeto arquitetônico. Ainda segundo a denúncia, engenheiros não verificaram as irregularidades e permitiram a construção com diversas falhas.

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES) denunciou quatro engenheiros que, segundo o órgão, contribuíram para o desabamento da área de Pavimento de Uso Comum (PUC) do Condomínio Grand Parc Residencial Resort e para a morte de um funcionário do prédio. Eles foram denunciados por negligência e mau uso da formação técnica.

A partir dos laudos periciais e análises técnicas de empresas de engenharia, o MP-ES sustentou que, além das condições estruturais precárias, houve erros de cálculo no projeto arquitetônico.

Ainda segundo a denúncia, os engenheiros não verificaram as irregularidades existentes e permitiram a construção com diversas falhas, inclusive uma estrutura subdimensionada, incapaz de suportar o peso previsto.

O MP-ES afirma na denúncia que os envolvidos tinham consciência do risco aos moradores do local. As negligências foram fatores determinantes no desabamento da estrutura e na morte do funcionário.

Caso
O desabamento no Grand Parc aconteceu por volta das 3h do dia 19 de julho de 2016. Entre os feridos do desabamento estavam o síndico, Fernando Marques, e os funcionários André Luiz Fernandes, Braz Luís Piva, e Alan Martins. O porteiro Dejair das Neves, de 47 anos, morreu. Ele chegou a ficar desaparecido nos escombros por cerca de 15 horas.

Todos os apartamentos foram interditados e os moradores precisaram deixar o prédio. As obras no local começaram em 2017 e a previsão era de que os moradores voltasse ao condomínio em agosto de 2019.

Cyrela
Em nota, a Construtora Cyrela informou que segue o cronograma de reparos do empreendimento, com previsão de encerramento no mês de agosto de 2019, e ressalta que, após a finalização da reforma, os moradores serão liberados para retornarem aos apartamentos de acordo com um calendário pré-estabelecido com a incorporadora.

Sobre a denúncia realizada pelo Ministério Público do Espírito Santo a empresa esclareceu que os denunciados não fazem parte do quadro de funcionários da companhia.