Condomínio denuncia caso de homofobia em Vila Velha

Preenchimento de um formulário irritou um oficial de justiça, que ofendeu o porteiro do imóvel

O advogado de um condomínio de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha, Marcelo Zan, vai abrir processo contra um oficial de justiça do Tribunal de Justiça do Espírito Santo por homofobia e abuso de poder.

De acordo com Marcelo, o oficial esteve na portaria do prédio, no último dia 22. Ele acompanhava uma ex-moradora que havia conseguido reintegração de posse do apartamento na Justiça. Uma advogada também acompanhava os dois.

O funcionário da portaria pediu que a moradora preenchesse um formulário, o que irritou o servidor.

“O oficial de Justiça se enfureceu com o funcionário da portaria por causa de um protocolo normal. A moradora queria permanecer com o carro no condomínio, mas como o veículo não estava no nome dela, é de praxe que o proprietário do veículo envie uma declaração que autorize a permanência do carro”, disse.

Marcelo contou, ainda, que o funcionário cumpriu com a obrigação dele.

“O funcionário se manteve calmo e profissional, enquanto o oficial ameaçava prendê-lo, que chamaria o camburão, além de ter gritado várias vezes. Sabendo que o síndico do prédio é homossexual, disse ao rapaz que ele só podia ser o amante do síndico”, relatou.

O advogado disse que o funcionário teve de receber atendimento psicológico, tamanho constrangimento.

A reportagem tentou contato com o oficial de Justiça, sem sucesso. Por meio de nota, o Tribunal de Justiça informou que “orienta todos os servidores no sentido de que tratem os jurisdicionados com urbanidade. Eventuais deslizes ou abusos no exercício da atividade serão objeto de apreciação da Corregedoria Geral da Justiça”.