Local possui cerca de 5 mil moradores, com histórico de brigas de casais e até esfaqueamento. "Está assustador ser mulher", ressaltou moradora em MS

Aos poucos, nesta quarta-feira (3), os 18 blocos de apartamentos começam a ter as placas instaladas. E o aviso é claro: a Polícia Militar será acionada em casos de flagrantes de violência contra a mulher, além de crianças. Segundo o síndico Helder Lacerda Oliveira, de 35 anos, são ao todo cerca de 5 mil moradores no local, em Campo Grande, com histórico até de esfaqueamento.

"Um morador viu algo semelhante em outro estado e nos repassou a ideia. Eu achei muito interessante e teremos a placa inclusive na portaria do Luxemburgo, na avenida Senador Antônio Mendes Canale, bairro Pioneira. Eu trabalho como síndico profissional, há quatro anos, não só aqui como em outros locais. Eu pensei que entre não fazer nada e fazer alguma coisa, prefiro fazer alguma coisa", disse ao G1 Helder.

Ainda conforme o síndico, foram inúmeras as vezes em que ele teve de intervir em brigas, principalmente de casais, no condomínio. "Nós não temos acesso a unidade privada, mas, entramos em contato com a polícia. Houve um caso em que uma mulher pediu a separação, o companheiro não aceitou e saiu quebrando todos os espelhos, pegando cacos para agredir e também cortar os pulsos e pescoço", relembrou.

A aposentada Angela Maria Cordeiro Tavares, de 66 anos, mora há 3 anos no condomínio e aprova a iniciativa. "Achei excelente, porque temos casos bem complicados, até de esfaqueamento de casal. Muitas pessoas falam que não a gente não pode se meter, mas, penso o contrário. Neste caso que aconteceu, vi a filha do casal, dava dó de ver a situação, a criança fica traumatizada, então eu concordo plenamente. Acho que vai coibir, está demais, está assustador ser mulher", lamentou.

O zelador do local, Odilon Ferreira, de 55 anos, disse que, na noite anterior, presenciou uma briga de casal no condomínio. "Tivemos mais um caso e, em outras ocasiões, até arma branca usaram. São 832 apartamentos, então este tipo de ocorrência sempre vai ter e acho que as placas vão auxiliar no combate", finalizou.