Abalo em uma das colunas causou um forte tremor, e a Defesa Civil interditou o local.

Cerca de 200 estruturas metálicas foram instaladas, na noite desta quinta-feira (22), na garagem de um prédio de Praia Grande, no litoral de São Paulo, que apresentou rachaduras nas colunas de sustentação. Um abalo em uma das colunas causou um forte tremor, na noite de quarta-feira (21). Os moradores precisaram deixar o prédio e a Defesa Civil interditou o local.

De acordo com o agente da Defesa Civil de Praia Grande Gilberto Roque, o edifício contratou uma empresa para instalar os equipamentos para apoiar o prédio. "Foram colocadas colunas metálicas na parte direita da garagem do subsolo para dar sustentação ao prédio", explica.

A princípio, foi apurado que uma coluna do prédio tinha rachaduras mas, durante a perícia, os técnicos constataram que diversas colunas de sustentação apresentaram fissuras e trincas. "O edifício deverá contratar um engenheiro especializado para que ele emita um laudo sobre as causas dessas rachaduras e descobrir como solucionar esses problemas", conta Roque.

A síndica do prédio, Mariza Blades, afirmou que o profissional já foi contratado e que já fez uma inspeção nas instalações da construção. "Na quinta-feira, ele esteve no prédio e vistoriou tudo. Na tarde desta sexta-feira, teremos uma reunião com ele e todos os moradores para que ele nos apresente o laudo", disse ela.


A Prefeitura de Praia Grande informou que notificou a síndica do edifício para que todos os moradores evacuassem o prédio por questões de segurança e solicitou a apresentação do laudo técnico referente à parte estrutural do local. A conclusão do documento poderá definir a volta dos moradores aos apartamentos.

Tremor

O problema aconteceu por volta das 22h de quarta-feira, no Residencial Talismã I, localizado na Rua Brigadeiro Faria Lima, no bairro Canto do Forte, e assustou vizinhos das construções ao lado. Segundo Mariza Blades, síndica do prédio, os condomínos entraram em pânico.

“Ouvimos um estrondo e o prédio se mexeu. Parecia um terremoto. Foi uma balançada que chegou a quebrar lâmpadas em alguns apartamentos. Chamamos a Defesa Civil que, quando chegou, pediu para evacuar o prédio imediatamente, pois não sabíamos as consequências do problema. Até a rua foi interditada”, afirma.

De acordo com a síndica, o problema se agravou desde o início da construção de um edifício de grande porte no terreno ao lado. Com cerca de 30 pavimentos, teria sido ele, segundo ela, o responsável para que o prédio, de 12 anos, ficasse repleto de rachaduras.

“O dono da construtora ficou de fazer os reparos. Nós temos uma carta dele, afirmando que ia consertar tudo, mas ele é ausente. Não quer saber do problema. Nenhum dos representantes se ’mexeu’ e um deles, inclusive, disse que o problema é nosso. Negligência total”, disse.


O G1 entrou em contato com a Construtora Nossolar, responsável pelo edifício ao lado. Em nota, a empresa afirmou entender os problemas do prédio vizinho ao seu, mas diz que, segundo seu departamento de engenharia, eles são decorrentes de sua própria construção, que, ao longo do tempo, sem as devidas manutenções, pode, sim, ter ocasionado o dano recorrente. Sobre o documento indicado pelos moradores do edifício sinistrado, a empresa confirma sua existência, e diz que ele cobre todos os danos que forem de responsabilidade da construtora, o que não engloba o problema apresentado na construção vizinha.