Grupo é suspeito de ter roubado cerca de R$ 87 mil

 

 Polícia Civil apresentou nesta quinta-feira (12), durante entrevista coletiva na sede da Delegacia Geral, em Belém, parte do grupo criminoso responsável pelo assalto ao edifício Mirai Office, prédio comercial localizado na Rua Municipalidade, bairro do Umarizal. Foram recuperados com os presos cerca de R$ 8 mil de um total de R$ 87 mil roubados na ação, além de diversos telefones celulares.

Com os presos, a equipe da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), unidade vinculada à Diretoria de Polícia Especializada (DPE), apreendeu ferramentas usadas no crime, como furadeira, marreta, cilindros de gás usados em maçarico, blusas com identificação da Polícia Federal e de uma rede de supermercado, bonés semelhantes aos usados por policiais, sinalizador tipo giroflex usado em viaturas, perucas para disfarce, aparelhos de DVR usados para armazenar imagens de câmeras de monitoramento e placas clonadas, entre outros objetos.

As informações sobre a “Operação Mirai", como foi batizada, foram apresentadas pelo delegado geral de Polícia Civil Rilmar Firmino e pelos delegados Claudio Galeno, titular da DPE, e Ricardo do Rosário, diretor da DRFR, responsável pelas investigações.

O grupo criminoso já era investigado desde fevereiro deste ano pela DRFR. Eles são responsáveis por outros seis assaltos registrados desde o ano passado, dos quais seis na capital e um no interior do Pará. Em dezembro de 2016, eles assaltaram uma residência em Concórdia do Pará. Já em fevereiro deste ano, o assalto foi a uma casa de câmbio na Avenida Braz de Aguiar, em Belém. Neste caso, os bandidos chegaram em um veículo usando blusas com identificação da Polícia Federal para entrar no prédio com alegação de que iriam cumprir uma ordem judicial de busca e apreensão no local.

Em junho deste ano, eles praticaram um roubo em um prédio comercial, no bairro do Jurunas, na capital paraense, onde também usaram roupas semelhantes às da Polícia Federal e com a mesma alegação de busca no imóvel autorizada pela Justiça. No mês passado, foram três ocorrências de assaltos em dois edifícios. Um deles situado na Rua Jerônimo Pimentel e o outro na Travessa 9 de Janeiro, em Belém.


Houve ainda outro roubo cometido em uma residência, também na capital. O delegado Ricardo do Rosário explicou que o grupo atua sempre de forma semelhante. "Eles ficavam de campana, monitorando vítimas e observando o tipo veículo que o morador do prédio possuía. Depois, procuravam roubar um veículo igual ao do morador do prédio e clonavam a placa do carro. Feito isto, entravam no prédio (passando-se pelo morador) e lá dentro rendiam os porteiros", detalhou.

Após render os porteiros, os bandidos amarravam as vítimas com fitas adesivas e seguiam até os andares do prédio onde acreditavam poder encontrar uma quantia maior em dinheiro. Segundo o delegado, o grupo é composto por especialistas em diversos ramos, como arrombamento de cofres, chaveiros e até profissional ourives, responsáveis pela manipulação de objetos feitos de ouro e prata subtraídos durante os assaltos.

Ainda conforme o diretor da DRFR, no assalto ao prédio Mirai Office foram invadidas, ao todo, 17 salas comerciais. A partir da análise das características físicas de um dos presos, os policiais civis da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos conseguiram prender o suspeitoo, no último dia 9, e chegaram aos demais membros da associação criminosa.

Foram apreendidos vários objetos usados no crime, como telefones celulares roubados de uma loja de telefonia móvel localizada no edifício e um relógio de pulso tipo Rolex, em ouro. Durante o assalto, o porteiro do edifício repassou informações privilegiadas sobre as salas que poderiam ter ou não valores em dinheiro ou joias. Porém, os valores encontrados ficaram abaixo da expectativa dos assaltantes.

Outro suspeito foi identificado como o mentor do assalto. Por ter 45 anos e aparentar ser um cidadão comum, ele entrava com facilidade nos prédios, sem levantar suspeitas dos moradores e porteiros, para fazer o levantamento do local e planejar os assaltos. Depois, repassava as informações aos demais integrantes do bando. Com ele também, os policiais apreenderam um carro no assalto. O mesmo veículo foi utilizado em outra ação criminosa, dessa vez em um edifício localizado à travessa 9 de Janeiro, em setembro do ano passado. Foi apreendido um carro usado no assalto ao Mirai Office e em outros roubos.


Com a prisão dele, foi possível evitar um novo roubo que o grupo pretendia realizar contra um edifício no bairro de Batista Campos, em Belém, nos próximos dias. Com o preso, foi encontrada uma placa clonada e um falso mandado de prisão em nome de um morador do prédio escolhido como alvo da próxima ação.