Áreas comuns

Com apartamentos menores, prédios dão destaque para áreas comuns

A busca por uma vida mais segura, com conforto e praticidade, em meio ao caos. Esses são apenas alguns dos objetivos de quem quer viver em condomínio. Tarefa que cada vez mais exige o respeito ao outro, e principalmente, o compartilhamento dos mesmos espaços. Os condomínios modernos têm investido cada vez mais em áreas comuns e, quem não estiver pronto para dividir, vai sair perdendo.

De acordo com o construtor Alexandre Lafer Frankel, os prédios atuais possuem duas novas funções: ser uma extensão da casa da pessoa e tornar tudo mais eficiente.

“Esses espaços ficam abertos o dia inteiro, então as pessoas usam como local de trabalho, para fazer comida, receber os amigos, tomar uma cerveja, e essa é a nova tendência, complementar para tornar tudo mais econômico, mais eficiente”, diz Frankel.

Para chegar até essa nova visão, os condomínios passaram por transformações importantes ao longo da história, acompanhando as mudanças na sociedade e as necessidades de seus moradores. Nos anos 60, os apartamentos eram maiores, com mais de uma sala, copa, cozinha, lavanderia e até mesmo um quarto de empregada, pois na época era comum a faxineira ou a babá morar na casa dos patrões.

Com cada vez menos espaço nas cidades, os prédios precisaram receber mais moradores. A saída foi construir plantas menores, com mais apartamentos por andar. A partir dos anos 1980, os apartamentos foram diminuindo, e as áreas comuns, aumentando, com quadra de esportes, churrasqueira, piscina e outros espaços.

Essas mudanças são justificadas pelos números. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há cerca de 30 anos cada casal tinha em média quatro filhos. Nos anos 2000, esse número não passava de dois.

Atualmente, as construtoras investem cada vez mais em maneiras de ampliar a harmonia entre a vizinhança. Muitos condomínios são pensados para moradores com o mesmo perfil, que vão dividir os mesmos espaços, como o da lavanderia ou da academia. Gente como o funcionário público Marcelo Spacassassi, que pela primeira vez está vivendo em um prédio com apartamentos pequenos, mas com muita área compartilhada.

“No prédio antigo eu não conhecia nem meu vizinho de porta e aqui você acaba interagindo. Rola paquera na academia e dá até mais estímulo para malhar”, brinca Marcelo.