Dois edifícios apresentam rachaduras, desnivelamento, afundamento das pastilhas e infiltrações. Empresa diz que está fazendo os reparos

Moradores de dois prédios do Setor Noroeste, um dos metros quadrados mais caros da capital, estão às voltas com problemas como infiltração, rachaduras e queda de pastilhas na fachada. Cansados de esperar pela correção das falhas, os moradores acionaram a Justiça.

De acordo com o advogado que atua nos dois casos, Vinícius Nóbrega Costa, pelo menos 78 famílias entraram com ações, após dois anos de negociação com a construtora. “Não restou outra alternativa que não fosse a busca pelo Judiciário”, afirmou. Os apartamentos nesses edifícios são de alto padrão e custam entre R$ 700 mil e R$ 1,1 milhão.

Os problemas podem ser vistos logo do lado de fora dos prédios. De acordo com o advogado, em março deste ano, as pastilhas da fachada do edifício Bossa Nova caíram. No Atrium D’Or, há risco de queda do parapeito que protege a piscina. Além disso, os dois condomínios têm infiltração.

Morador do Bossa Nova, o jornalista e advogado Davi Souza de Oliveira, 50 anos, disse que, desde dezembro de 2016, o apartamento dele, que fica no sexto andar (último do prédio), embaixo da cobertura com piscina, apresentava vazamentos.

“Só foi consertado depois que acionei a Justiça. Além disso, quando fui morar lá, descobri que a hidromassagem na área comum da cobertura faz um barulho horrível no meu apartamento, porque foi instalada sem isolamento acústico”, afirmou. “Tenho vários vizinhos com o mesmo problema. Alguns têm inclusive rachaduras em casa”, acrescentou.

Para a empresária Maria do Carmo Costa Gonzaga, 52, a principal falha do edifício está no acabamento. Há alguns meses, um cano entupido tirou o sossego da moradora, que também precisou acionar a Justiça para solucionar a questão. “Comprar um apartamento de uma construtora de outro estado não foi uma boa ideia. Acredito que as empresas de Brasília podem dar mais retorno em relação a tudo”, disse.

O síndico do prédio, Thiago Oliveira Hoerlle, 33, destacou que, desde que o Bossa Nova foi entregue, em 2014, os moradores de todos os andares — seis, no total — se queixam de problemas com a estrutura. “São rachaduras na fachada, desnivelamento, afundamento das pastilhas e infiltrações”, enumerou